Da abolição da escravatura aos dias atuais, população negra ainda enfrenta desafios

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quarta-feira, 12 de maio de 2021

Seleção de livros para pensar as questões da população negra

O dia 13 de maio de 1888 marca um momento histórico do Brasil: após séculos de escravidão, a liberdade da população negra era garantida por um decreto assinado pela princesa Isabel em 1888. A chamada Lei Áurea previa a libertação dos escravos em território brasileiro e a revogação de qualquer lei que fosse contrária a essa medida.

Marcada por movimentos pró e contra o abolicionismo, a decisão consentia a capacidade da escolha e de viver dignamente. Porém, sem auxílio daqueles que legalmente acabaram com a escravidão, essa fração da população iniciou uma nova batalha perante a sociedade: a da aceitação e respeito por aqueles que viam o negro com preconceito.

Hoje, negros ainda ganham menos do que brancos na mesma função e apesar de maioria da população, são sub-representados nas esferas de poder.

Para refletir sobre o longo caminho ainda a ser percorrido nestas questões, a Editora Unesp oferece 25% de desconto em diversos títulos de seu catálogo de 13 a 25 de maio. Confira abaixo:

A abolição – 9ª edição
Autora: Emília Viotti da Costa | Páginas: 144 | De  R$ 49 por R$ 36,75

Por que o regime escravocrata foi repudiado no Brasil com tanta veemência em 1888, depois de ter sido aceito sem objeções durante séculos? Por que o projeto que decretou seu fim foi encaminhado com tanta urgência? Estas são algumas das questões que Emília Viotti da Costa, uma das maiores historiadoras brasileiras, pretende responder nesta obra, publicada originalmente em 1987. Em linguagem acessível inclusive para o público leigo, a autora apresenta o complexo cenário político, econômico, social e ideológico que levou à abolição no país, enfatizando que, embora tenha sido uma conquista, a libertação dos escravos foi apenas um primeiro passo em direção à emancipação dos negros no Brasil. 

A paz das senzalas
Autores: Manolo Florentino e José Roberto Góes | Páginas: 211 |De R$ 46 por R$ 34,50

Este esforço de investigação é um capítulo particularmente interessante dos estudos históricos recentes sobre a escravidão, porque contém modulações importantes não apenas no estilo de conceber as relações familiares escravas, mas também de interrogar o passado e reescrever a história. Foi a incorporação de novos tipos de fonte que permitiu conhecer melhor o que, até então, era tido por incompatível com o cativeiro.


Abolição: Uma história da escravidão e do antiescravismo 
Autor: Seymour Drescher | Páginas: 736 |De R$ 136 por R$ 102

Nesta obra clássica e indispensável sobre o tema da escravidão e dos movimentos abolicionistas dos séculos XVIII e XIX, o autor Seymour Drescher analisa o aparente paradoxo da escravidão em plena era do Iluminismo. Ele confronta os fundamentos políticos e sociais do "princípio de liberdade" da Europa Ocidental com o papel pioneiro e decisivo do continente na globalização tanto da escravidão quanto da abolição da escravatura.

Abolicionistas brasileiros e ingleses
Autor: Antonio Penalves Rocha | Páginas: 448 | De R$ 84 por R$ 63

Personagem dos mais importantes na história do Brasil, Joaquim Nabuco é visto neste trabalho de maneira original. A ênfase recai sobre como ele e a British and Foreign Anti-Slavery Society promoveram-se mutuamente. O autor realiza, nesse sentido, um revelador balanço da ação abolicionista de Joaquim Nabuco e de seu trabalho com sociedade antiescravista inglesa para a edificação de sua própria imagem de líder do movimento abolicionista brasileiro.

As feridas mais profundas
Autor: Thomas D. Rogers | Páginas: 354 | De R$ 88 por R$ 66

Neste livro, Thomas D. Rogers analisa as mudanças sociais e ambientais em quatro séculos da história de Pernambuco, um dos principais centros da produção açucareira no Brasil. A obra enfoca principalmente o período que se inicia com a abolição do regime escravista e vai até o século XX. Revisitando de forma crítica a bibliografia canônica sobre o tema, com destaque para a obra de Gilberto Freyre, Rogers realiza um profundo mergulho no cenário agrícola pernambucano do último século e no quanto ele é tributário dessa história.

Atlas da imigração internacional de São Paulo – 1850-1950
Autores: Maria Silvia C. Beozzo Bassanezi, Ana Silvia Volpi Scott, Carlos de Almeida Prado Bacellar e Oswaldo Mário Serra Truzzi | Páginas: 144 | De R$ 180 por R$ 135

A publicação deste pioneiro Atlas da Imigração Internacional em São Paulo, 1850-1950, coloca nas mãos dos pesquisadores do tema uma ferramenta de trabalho de grande importância. Historiadores, antropólogos, sociólogos, geógrafos, demógrafos, economistas nele encontrarão um amplo mapeamento do cenário populacional paulista a partir da proibição do tráfico negreiro e do começo do fim da escravidão, em 1850. Particularmente, os dados sobre a imigração estrangeira e a distribuição espacial dos imigrantes definem um panorama muito expressivo de uma mudança demográfica, que foi também mudança social, cultural, econômica e política.

Crimes em comum: Escravidão e liberdade sob a pena do Estado imperial brasileiro (1830-1888)
Autor: Ricardo Alexandre Ferreira | Páginas: 264 | De R$ 58 por: R$ 43,50

Nesta pesquisa realizada por Ricardo Alexandre Ferreira são investigadas as histórias do crime e do direito, focando, mais especificamente, no período da escravidão no Brasil. Aqui, através de uma vasta pesquisa documental, o autor analisa como o escravismo aparece referenciado no código penal do Império e as diferenças de punição entre homens livres e cativos. A grande importância deste estudo se encontra na revelação deste aspecto da vida jurídica do Brasil imperial. Por meio de processos e penas redigidas na época, e de relatórios feitos pelas autoridades reportando sua preocupação com a segurança pública, Ricardo Alexandre Ferreira leva o leitor a descobrir as implicâncias sociais e judiciais da separação entre escravos e homens livres.

Da Monarquia à República – 9ª edição
Autora: Emília Viotti da Costa | Páginas: 524 | De R$ 94 por R$ 70,50

Emília Viotti da Costa, professora e historiadora, analisa os diversos momentos que definiram a modalidade de instauração do Brasil republicano. Ao esclarecer as coordenadas dessa passagem, a autora desvela as causas da fraqueza das instituições democráticas e da ideologia liberal, em uma tentativa de compreender as raízes do processo de marginalização de amplos setores da população brasileira.

Da senzala à colônia – 5ª edição
Autora: Emília Viotti da Costa | Páginas: 560 |De R$ 94 por R$ 70,50

Neste livro fundamental, a autora demonstra que a abolição dos escravos no Brasil representou apenas uma etapa na liquidação da estrutura colonial, mas golpeou duramente a velha classe senhorial e coroou um processo de transformações que se estendeu por toda a primeira metade do século XIX. Tal processo prenunciava a transição da sociedade senhorial para a empresarial, do trabalho escravo para o assalariado, da monarquia para a República.

Donas mineiras do período colonial
Autora: Maria Beatriz Nizza da Silva | Páginas: 197 |De R$ 58 por R$ 43,50

De modo geral, a historiografia brasileira da sociedade colonial privilegia, sem sombra de dúvida, as mulheres de origem africana; pouco analisa as mamelucas e as mestiças de índios e negros; e esquece as brancas de condição nobre para se debruçar apenas sobre as plebeias pobres. Há que aprofundar a pesquisa e procurar equilibrar o estudo dos vários elementos constitutivos da população feminina da colônia. Até agora, os estudos de demografia histórica têm sido os mais equilibrados, apesar dos limites impostos pela documentação utilizada, pouco sensível aos matizes étnico-culturais ao englobar, sob a designação genêrica de pardas, grupos distintos de cafuzas, mamelucas, bastardas e mulatas, e também pouco atenta ao título de donas atribuído a algumas mulheres nas listas nominativas de habitantes, em documentos notariais ou nos assentos de matrimônio. Apesar dos dados demográficos em desequilíbrio, a diferença social e jurídica entre donas e plebeias era tão visível em Minas Gerais quanto nas demais capitanias, e ela nos ajuda a compreender certas práticas sociais como, por exemplo, a relevância da reclusão conventual feminina. Esta obra analisa esse viés inexplorado e preenche tal lacuna historiográfica.

Em costas negras: Uma história do tráfico de escravos entre a África e o Rio de Janeiro (séculos XVIII e XIX)
Autor: Manolo Florentino | Páginas: 312 | De R$ 69 por R$ 51,75

Em costas negras traz uma grande contribuição para a historiografia brasileira. Resultado de uma pesquisa sobre o tráfico atlântico de escravos, este livro retoma a perspectiva econômica e social para entender os complexos processos históricos brasileiros e atlânticos. Utilizando-se de vasta fonte documental – como listagens dos navios negreiros, testamentos e registros eclesiásticos –, Manolo Florentino propõe uma instigante análise do tráfico de africanos para o Rio de Janeiro dos séculos XVIII e XIX, oferecendo novos elementos para compreender a migração compulsória que, por mais de três séculos, representou uma das bases da formação histórica brasileira.

Etíope resgatado, empenhado, sustentado, corrigido, instruído e libertado
Autor: Manuel Ribeiro Rocha | Páginas: 223 | De R$ 46 por R$ 34,50

“Pode um cristão ser comerciante e senhor de escravos?” Neste livro, publicado em 1758, o padre Manuel Ribeiro Rocha, lusitano radicado em Salvador, procura indicar a “maneira cristã de tratar os escravos”, desde sua compra até sua libertação. Tentava, com a obra, encontrar um caminho conciliatório entre prática ignominiosa da escravidão, sustentáculo da economia colonial, e a pacificação da consciência daqueles que comercializavam e mantinham os cativos.

Festa de negro em devoção de branco
Autor: José Ramos Tinhorão | Páginas: 160 | De R$ 42 por R$ 31,50

Festa de negro em devoção de branco: do carnaval na procissão ao teatro no círio demonstra, alicerçado em uma minuciosa pesquisa histórica, como a cultura africana, levada a Portugal pelos negros escravos, influenciou e foi influenciada no contato com a cultura católica lusitana. José Ramos Tinhorão nos mostra como esse encontro de diferentes, ainda que pautado em interesses políticos e religiosos, resultou na expressão de uma nova identidade cultural – uma festa de iguais.

Gente negra na Paraíba oitocentista 
Autora: Solange Pereira Rocha | Páginas: 360 | De R$ 74 por R$ 55,50

Este livro, que recebeu o Prèmio ANPUH-Tese, trata de famílias negras de pessoas escravas e livres na província da Paraiba e traz à tona as lutas pela construção de autonomia social e econômica num universo escravista. Enfoca ainda a questão fundiária, mostrando como o fenômeno da apropriaçaõ da terra levou a uma conjuntura marcada por enormes propriedades agrárias. Nesse universo, a escravidão, principalmente no Nordeste, onde as mudanças políticas foram mais lentas, silenciou uma massa de trabalhadores agrícolas, criando a ilusão da ausência do preconceito entre as classes sociais, principalmente em relação aos negros.

História da Bahia – 12ª edição
Autor: Luís Henrique Dias Tavares | Páginas: 552 | De R$ 90 por R$ 67,50

A Bahia é de todos os santos e também de muita história e tradição. Uma prova disso é este livro. Membro da Academia de Letras da Bahia e do Conselho Estadual de Cultura, o autor estuda desde os primeiros grupos étnicos que habitavam o atual território baiano até fatos do segundo governo de Antônio Carlos Magalhães, de 1979 a 1983. Nesse período, narra e analisa momentos muito especiais da história local e brasileira, como as invasões holandesas e o ideário e a derrota militar do célebre levante conhecido como Sabinada, em 1837.

História dos homens no Brasil
Organizadoras: Mary Del Priore e Marcia Amantino | Páginas: 416 | De R$ 94 por R$ 70,50

A história dos homens no Brasil não é uma história sem tensões; é uma história composta de conflitos, dominação, subserviência e violência. E também de afetos, coragem, astúcia e negociações.

Homens livres na ordem escravocrata
Autora: Maria Sylvia de Carvalho Franco | Páginas: 253 | De R$ 59 por R$ 44,25

Este livro clássico investiga a gênese da sociedade e do Estado brasileiro a partir da análise do ciclo do café, florescente no século XIX entre as regiões do Rio de Janeiro e de São Paulo. Texto obrigatório que revolucionou a base conceitual dos estudos sobre sociedades subdesenvolvidas.

Memórias de Sparkenbroke: Fora do tempo
Autor: Clóvis Moura | Páginas: 376 | De R$ 80 por R$ 60

Intelectual marxista conhecido e consagrado por sua vasta obra e importante contribuição aos estudos do negro brasileiro, situando-se nas regiões de fronteira entre história, sociologia e política, Clóvis Moura construiu sua trajetória ao dar sentido político à rebelião escrava e à luta dos negros contra a escravidão e o racismo que perdura e estrutura a sociedade até os dias de hoje. Sempre ligado às polêmicas de seu tempo, acompanhou e apoiou a luta dos comunistas no Brasil, foi perseguido e preso. No entanto pouco se conhece sobre esse escritor polígrafo, cujos trabalhos abarcou diferentes gêneros textuais. Ao lado do pesquisador disciplinado, do intelectual livre e do homem político, convivia o poeta, o desenhista, o ficcionista, o teatrólogo, o boêmio, o escritor, o jornalista e, acima de tudo, o grande contador de histórias. Nos “anos de chumbo”, entre 1972 e 1973, sob o heterônimo “Sparkenbroke”, Moura publicou na coluna diária “Fora do Tempo”, no jornal A Folha de São Carlos, inúmeras crônicas, que versavam sobre os mais diversos temas, das quais este livro traz ao leitor uma expressiva amostra.

O cultivo do café nas bocas do sertão paulista
Autora: Rosane Carvalho Messias | Páginas: 192 | De R$ 48 por R$ 36

Em sua análise da mão de obra e do mercado interno no Oeste Paulista, especificamente nas regiões de Araraquara e São Carlos, entre 1830 e 1888, a autora aponta uma diversidade da transição, da organização e da disciplina do mercado de trabalho livre, com predominância da convivência de trabalhadores nacionais, forros ou libertos, e estrangeiros recrutados na Hospedaria de Imigrantes, em São Paulo. As condições de vida, porém, eram similares. Escravos libertos pediam adiantamento para a compra de sapatos, enquanto os trabalhadores nacionais pobres, desnutridos e maltrapilhos, habitavam casas de pau a pique semelhantes a senzalas e também iam descalços para a lavoura. Os imigrantes, por sua vez, viviam igualmente uma realidade precária. Predominava o sentimento de futuro incerto, com muito trabalho, pouco usufruto e reduzidas perspectivas de melhoria.

    O ensino de ofícios artesanais e manufatureiros no Brasil escravocrata
    Autor: Luiz Antônio Cunha | Páginas: 190 | De R$ 62 por R$ 46,50

    Esta obra demonstra como a escravidão determinou o desprezo pelos "ofícios mecânicos" no Brasil na época do Brasil Colônia e Império, quando, após a abolição da escravatura, ninguém queria exercer atividades consideradas "coisas de escravos". Assim, a aprendizagem de ofícios acabou sendo imposta a quem não tinha meios de resistir, reforçando esse desvalor. Apresenta uma análise das instituições dedicadas ao ensino de ofícios: liceus de artes e ofícios, arsenais militares, asilos, propiciando ao leitor conhecer as propostas dos intelectuais do Império a respeito da aprendizagem profissional e seus esperados efeitos moralizantes.

    Senhores de poucos escravos: Cativeiro e criminalidade num ambiente rural (1830-1888)
    Autor: Ricardo Alexandre Ferreira | Páginas: 176 | De R$ 49 por R$ 36,75

    Este livro realiza a interpretação da criminalidade envolvendo escravos que viveram no município paulista de Franca, de modo a avançar no conhecimento de suas estratégias de sobrevivência e prática, entre 1830 e 1888. As fontes utilizadas são os processos criminais (documentação serial e normatriva da justiça crmininal), as quais privilegiam versões do cotidiano dos cativos, em seus momentos de conflito e nas soluções violentas. Também são examinados os relatórios dos presidentes da província de São Paulo, em que há referências a essas ações.

    Trabalho compulsório e trabalho livre na história do Brasil
    Autores: Ida Lewkowicz, Horacio Gutiérrez e Manolo Florentino | Páginas: 144 | De R$ 36 por R$ 27

    Este livro aborda os padrões do trabalho compulsório, no Brasil colonial e imperial, registrado pela mão de obra indígena e a escravidão de africanos e seus descendentes, acompanhando as mudanças, entre os séculos XIX e XX, para o trabalho livre, a partir da grande imigração estrangeira, em especial para o Sudeste e o Sul do país. Enfoca ainda a historia das mulheres e, por fim, lança um olhar aos pequenos trabalhadores e aos percalços do trabalho infantil, que só recentemente recebeu regulamentação e condenação, mas que continua desafiando as políticas públicas, caracterizando-se como importante problema social na atualidade.

    Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
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