304 anos de Rousseau e sua importância para a Filosofia

Notícia
Notícias
terça-feira, 28 de junho de 2016

Jean-Jacques Rousseau

Rousseau foi um dos pensadores europeus mais reconhecidos do século XVIII. Na infância, foi criado pela sua tia, já que sua mãe falecera poucos dias após seu nascimento. Filósofo iluminista e precursor do romantismo, escreveu Contrato Social (1762), Discursos sobre a ciências e as artes (1749), Devaneios de um caminhante solitário (1776), entre outras obras.

Os anos passados entre 1755 e 1762 não foram bons para Rousseau. Certamente são importantes para os que o leem Textos autobiográfiosséculos depois, já que se trata do período no qual começam a ser redigidos o Contrato Social, A Nova Heloísa e Emílio. Mas o filósofo passava por um momento delicado, enfrentando as divergências em seu círculo intelectual, problemas de saúde, além do rompimento com Diderot e Grimm, ao mesmo tempo em que experimentava uma paixão problemática pela Sra. Sophie d' Houdetot. Conhecemos tais detalhes – deste e de outros períodos de sua vida, abarcando os anos de 1755 a 1776 – acompanhando os fragmentos organizados cronologicamente em Textos autobiográficos e outros escritos, lançado pela Editora Unesp em 2010, que completa o pensamento e o caminho da obra russeauniana.

Integrante da Coleção Pequenos Frascos, o livro está dividido em duas partes. A primeira, intitulada As Quatro Cartas, escritas em janeiro de 1762, parte de uma espécie de desabafo no qual Rousseau fala sobre os intelectuais que o acusavam de aversão aos homens e à sociedade. Ele aqui se esforça em demonstrar seu apreço pelas relações humanas, mas admite sua preferência pela solidão e liberdade. Na segunda e terceira cartas, conta histórias de sua infância, do desenvolvimento de sua imaginação e sensibilidade, explicando como se deu sua formação e sua entrada na comunidade intelectual da época.

Já os Textos autobiográficos esclarecem o que ele considerava sinônimo de verdade, definindo o estilo do escritor. Neste conjunto de cartas onde se destaca o melhor do prosa do filósofo, também é revelada uma faceta muito peculiar do universo de Rousseau. Em oposição aos seus contemporâneos do século XVIII, que viviam os prazeres imediatos e se acomodavam à ideia de “felicidade possível”, o filósofo expressa a vontade em encontrar a felicidade absoluta, concluindo que a sabedoria deverá se originar na solidão criadora.

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp