Clássicos do Catálogo: "Como escolher amantes e outros escritos", de Benjamin Franklin

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segunda-feira, 1 de abril de 2024

Pintura "Declaração de Independência", de John Trumbull, mostra os pais fundadores do EUA; Benjamin Franklin foi um deles

Benjamin Franklin provavelmente não é o primeiro nome a se lembrar quando se busca uma prosa cativante que respire os prazeres espontâneos da vida, como a encontrada em Como escolher amantes e outros escritos, que integra a Coleção Pequenos Frascos e marca a seção Clássicos do Catálogo desta semana.

Há exemplos de sua vocação satírica em obras escritas desde os seus dezesseis anos até pouco antes de sua morte aos oitenta anos, onde se revela um autor muito distante daquele que produziu máximas como “dinheiro pode gerar dinheiro e sua prole pode gerar mais”, do representante do “evangelho do trabalho, da frugalidade, da pontualidade e da sobriedade”, que tem sua figura associada à doutrina do capitalismo e às notas de cem dólares.

Grande parte dos textos selecionada foi originalmente publicada em periódicos como o Pennsylvania Gazette, jornal comprado por Franklin em 1729 com a ajuda de amigos. Alguns foram mantidos escondidos por muito tempo, como o que dá o título a esta coletânea e que oferece oito razões para que o jovem prefira mulheres mais velhas às jovens.

Também no campo “amoroso” estão os escritos Regras e máximas para a preservação da felicidade conjugal no qual o autor apela para que elas façam concessões e sejam gentis e amáveis com os esposos, e Os Campos Elíseos e As Moscas, que são cartas em forma de propostas de núpcias para madame Anne-Catherine Helvétius, viúva de um de seus amigos mais ricos.

Em seguida, surge o Franklin “cientista”, que se permite enviar uma carta hilária à Academia Real para propor pesquisar alguma droga, “salubre e não desagradável”, que torna “as naturais descargas de nossos ares corpóreos não apenas inofensivos, mas agradáveis como perfumes”. Também detalha medidas “científicas” para acabar com os pesadelos e imagina um Diálogo entre a Gota e o Sr. Franklin

Por fim, há o Franklin “moralista”, que ensina as regras pelas quais “um homem de juízo e saber pode, não obstante, tornar-se uma companhia desagradável”. São textos como Modelo de Carta de Recomendação, onde reage com bom humor aos pedidos de recomendação feitos por desconhecidos, paródias de temas bíblicos e brincadeiras com o tema da morte.

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
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