Clássicos do Catálogo: 'Monadologia e sociologia', de Gabriel Tarde

Notícia
Notícias
terça-feira, 22 de agosto de 2023

O autor Gabriel Tarde (Foto: Eugène Pirou/Bibliothèque interuniversitaire de santé)

Acostumou-se a pensar a sociologia a partir dos olhos de Émile Durkheim, seu “pai fundador”. Porém, ao adotar este prisma, pode-se perder uma visão divergente que tem muito a acrescentar ao debate sociológico, levantada pelo francês Jean-Gabriel Tarde, de quem trazemos, na seção Clássicos do Catálogo desta semana, Monadologia e sociologia: e outros ensaios. O volume teve organização do pesquisador Eduardo Viana Vargas.

“Tudo indica que estes ensaios foram os primeiros escritos por Tarde; foram também os mais ousados, dirão uns, os mais delirantes, dirão outros, os mais metafísicos, provavelmente aquiescerão uns e outros”, anota Eduardo Viana Vargas, organizador dos textos. O primeiro, que titula o livro, relaciona os estudos sociológicos ao sistema de mônadas, ou as “substâncias simples” de Leibniz, que fundamentariam o universo como sua menor parte. “Entre outras coisas, ele vem mostrando de maneira enfática que, para Tarde, o que conta não são os indivíduos, mas as relações infinitesimais de repetição, oposição e adaptação que se desenvolvem entre ou nos indivíduos, ou melhor, num plano onde não faz sentido algum distinguir o social e o individual”, aponta Vargas.     

A fundamentação da sociologia tardiana estaria na diferença, produzida por duas forças que atuam concomitantemente nos seres: a “crença” e o “desejo”. “Pela crença o eu se distingue e distingue; pelo desejo ele se modifica e modifica”, escreve Tarde. Além disso, há espaço ainda para a estruturação da realidade do presente, legada aos dois últimos ensaios teóricos.           

A obra ainda traz uma extensa bibliografia para os que desejarem se aprofundar na obra do pensador francês. “Entre outras coisas, a bibliografia evidencia que ele publicou muita coisa e sobre muitos assuntos, quase tudo em vida, e que as publicações foram interrompidas pouco tempo depois de sua morte e apenas recentemente retomadas.”

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
imprensa.editora@unesp.br