'Contra o método' ganha reimpressão

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segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Paul Feyerabend em 1993 em entrevista para o canal Philosophy Overdose no Youtube

Um dos pontos altos da filosofia da ciência e, juntamente com os trabalhos de Thomas Kuhn e Karl Popper, um dos marcos que orientam os debates sobre o fazer científico nas últimas décadas, Contra o método – 2ª edição, de Paul Feyerabend, ganhou nova tiragem.

Neste livro consagrado, Feyerabend se coloca contra a imposição de regras rígidas aos cientistas, já que “os eventos, os procedimentos e os resultados que constituem a ciência não têm uma estrutura comum”. O “anarquismo epistemológico” proposto em Contra o método ataca a ideia da existência de regras metodológicas que possam ser aplicadas a todos os experimentos científicos, já que “procedimentos que deram resultado no passado podem causar danos quando impostos no futuro”. Ou seja, a pesquisa bem-sucedida não obedece a padrões gerais a serem aplicados de forma estática e inflexível. 

Feyerabend também desmonta a ideia de ciência como avanço do conhecimento e trabalha com a questão “ciência” versus democracia". Afirmando que sua principal razão para escrever Contra o método “foi humanitária, não intelectual”, defende que o “progresso do conhecimento e da civilização” muitas vezes significa apenas “forçar costumes e valores ocidentais em todos os cantos do mundo”. Para ele, a ciência pode ser “uma das invenções mais maravilhosas da mente humana”, mas há que se combater as “ideologias que usam o nome da ciência para o assassínio cultural”.

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
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