Educadora examina embate entre métodos e modos de ensino no Brasil ao longo do século XIX

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segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Suzana Lopes de Albuquerque se debruça sobre os fundamentos teórico-metodológicos desenvolvidos por António Feliciano de Castilho e Joseph Jacotot  

A Coleção Diálogos em História da Educação – uma frutífera parceria entre a Editora Unesp e a Sociedade Brasileira de História da Educação – acaba de ganhar novo volume: Métodos de ensino de leitura no Império brasileiro: António Feliciano de Castilho e Joseph Jacotot, da pesquisadora Suzana Lopes de Albuquerque. A obra se dedica a examinar os fundamentos teórico-metodológicos dos métodos de ensino de António Feliciano de Castilho e Joseph Jacotot, por meio de uma análise minuciosa de diversas fontes documentais. A obra explora o conceito de emancipação intelectual presente no método analítico de Jacotot, bem como o polêmico método fônico de António Feliciano de Castilho, que despertou controvérsias no cenário educacional brasileiro.

“Em um momento histórico no qual se pleiteia o método fônico como método oficial da escola brasileira, deve-se, no mínimo, conhecer sua trajetória”, registra a pesquisadora Carlota Boto no prefácio. “Voltado para a alfabetização em larga escala, com vistas a favorecer a escola de massas, o português António Feliciano de Castilho produziu, no início dos anos 1850, aquele que ficaria conhecido como método português de Castilho. Em 1855, veio ao Brasil com a finalidade de difundir o referido método. O presente livro conta essa história e mostra o quanto houve resistência ao método de Castilho, tendo ocorrido, inclusive, o cancelamento de cursos que ele se propunha a dar para os professores brasileiros.”

Mergulhando na descrição detalhada do método Castilho, que se baseia em um modelo de ensino simultâneo e sintético, com ênfase nos aspectos auditivos e no som das letras como ponto de partida, o livro apresenta as oposições enfrentadas por essa proposta e utiliza a historiografia da educação para compreender não apenas os princípios pedagógicos, mas também as matrizes filosóficas, históricas e sociais que nortearam o trabalho desse renomado poeta português.

O livro revela como o embate entre diferentes métodos e abordagens de ensino no campo educacional era um reflexo de uma batalha maior, que confrontava projetos sociais e políticos. De um lado, tínhamos um português defensor da monarquia constitucional, e do outro, republicanos brasileiros que buscavam a democratização do conhecimento escolar com base nos princípios de Jacotot, que ensinava a leitura por um caminho curioso: seu método consistia em aprender de memória uma parte do livro e repetir os sentidos do texto, para apenas depois reconhecer os parágrafos, as frases e as palavras.  

Sobre a autora – Suzana Lopes de Albuquerque é professora da área de Educação no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG). Possui graduação em Pedagogia (2006) pela Universidade Federal de Goiás (UFG), mestrado em Educação (2013) pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), doutorado em Educação (2019) pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado em Educação (2022) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Atualmente é sócia da Sociedade Brasileira de História da Educação (SBHE) e da Associação Brasileira de Alfabetização (Abalf).  

Título: Métodos de ensino de leitura no Império brasileiro: António Feliciano de Castilho e Joseph Jacotot 
Autora: Suzana Lopes de Oliveira
Prefácio: Carlota Boto  
Número de páginas: 295
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 58
ISBN: 978-65-5711-191-8

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