François Jullien investiga o pensamento dos letrados chineses

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segunda-feira, 22 de abril de 2019

A partir do pensador chinês Wang Fuzhi (1619-1692), o filósofo francês discute processo, ou a representação de base da visão de mundo na China, e criação, como entende-se no Ocidente 

“A filosofia chinesa não é realmente uma filosofia”, já se chegou a dizer. A frase denota uma profunda incompreensão ocidental sobre o processo do pensamento chinês. E é para jogar luz à questão que chega Processo ou criação: uma introdução ao pensamento dos letrados chineses, de François Jullien, lançamento da Editora Unesp.

“Este livro funcionará em dois níveis e de forma metódica: desde o ponto de partida, e durante todo o percurso, ele decorre da leitura de um pensador chinês que viveu no século XVII, na transição do período Ming para o Qing: Wang Fuzhi”, anota Jullien. “Quanto ao objetivo, e como resultado dessa leitura, busca-se esboçar uma problemática de dimensão intercultural – em consequência da diferença, e na forma da seguinte alternativa teórica: processo (como representação de base da visão de mundo na China) ou criação (como é conhecido seu modelo antropológico e filosófico, especialmente no Ocidente).”

Ao longo de 17 capítulos de leitura e problemática, ou leitura-problemática como sublinha o autor, abre-se no encontro dessas duas injunções, e por seu efeito conjunto e recíproco, uma via de acesso ao pensamento “confuciano” ou “pensamento letrado”, no estilo dos letrados franceses iluministas. “Aqui sempre se tratará da mesma questão, refletida, entretanto, em sua noção, e esse deslocamento não deixa de ser fecundo: não apenas ‘Qual era a visão de mundo dos confucianos na China?’, mas também ‘Quais são as condições de possibilidade – bem como as características fundadoras – de uma consciência letrada, em sua lógica própria e como modelo possível de humanidade?’”.  

Nesta introdução, não se encontrará um “resumo” ou “síntese”. A proposta de François Jullien é carregar “para dentro” do pensamento chinês os leitores, para que o vejam “em ação”. De outra forma, diz, seria, apesar de cômodo, insuficiente. 

Sobre o autor - O filósofo e sinólogo François Jullien é professor da Universidade Paris VII-Denis Diderot, membro do Instituto Universitário da França e diretor do Instituto do Pensamento Contemporâneo. Dele, a Editora Unesp publicou A propensão das coisas: por uma história da eficácia na China (2017).  

Título: Processo ou criação: uma introdução ao pensamento dos letrados chineses
Autor: François Jullien
Tradução: Mariana Echalar
Número de páginas: 363
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 82,00
ISBN: 978-85-393-0779-1        

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp