Habermas resgata o potencial do materialismo histórico para explicar o capitalismo e suas transformações

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segunda-feira, 11 de julho de 2016

Monumento a Karl Marx e Friedrich Engels no Forum Marx-Engels, em Berlim

Monumento a Karl Marx e Friedrich Engels no Forum Marx-Engels, em Berlim

Textos apresentam novas perspectivas críticas e vislumbram as possibilidades
de uma vida mais democrática e emancipada

Durante os anos 1970, pouco antes de publicar Teoria da Ação Comunicativa, Jürgen Habermas trabalhava na reconstrução do materialismo histórico. Para um dos principais filósofos da atualidade, isso significa compor e recompor a teoria em uma nova forma para que ela possa cumprir o objetivo proposto. Ou seja, extrair, após revisar suas premissas, o potencial que as ideias marxianas ainda carregam de explicar a sociedade, sua dinâmica e transformações.            

Para a reconstrução do materialismo históricoO resultado está em Para a reconstrução do materialismo histórico, lançamento da Editora Unesp que integra a Coleção Habermas. Oferecendo uma forma específica de pensar o materialismo histórico, o livro constrói novas perspectivas em relação ao estágio moderno do capitalismo e suas crises, ao mesmo tempo que vislumbra possibilidades reais de uma vida em sociedade mais democrática e emancipada.            

Habermas começa com uma discussão sobre o papel da filosofia no marxismo, alertando como “é tão perigoso permanecer melindrosamente no medium da pura filosofia quanto, de outro lado, renunciar em geral à reflexão filosófica em favor da positividade científica”. Em seguida, esclarece algumas homologias estruturais que existem entre história da espécie e ontogênese. Na terceira parte, indica os limites da teoria da evolução social. Na quarta, discute se no Estado moderno também as legitimações não podem ser ‘obtidas’ de maneira arbitrária.

Preocupado principalmente com a tradição filosófica em torno do materialismo histórico, Habermas agrega outras esferas sociais em sua análise, em especial o domínio público de legitimação, não permanecendo focado apenas na dimensão econômica. No processo de reconstrução, o conceito de modo de produção é substituído pelas categorias mais abstratas de trabalho e linguagem, já que a relação entre infraestrutura e superestrutura não é suficiente para explicar o capitalismo tardio. “Chega-se, assim”, como se lê na apresentação à edição brasileira, “a uma das teses mais fortes do livro: a de que o emprego de novas forças produtivas somente é possível se acolhidas primeiramente em novas formas de integração social e que as estruturas normativas que essa integração implica podem levar a uma nova etapa de desenvolvimento social”.

Sobre a Coleção Habermas - Incluindo praticamente a integralidade dos títulos de Habermas publicados pela editora Suhrkamp, seus cerca de quarenta volumes contêm desde as primeiras até as mais recentes publicações do autor. Surge como resultado da maturidade dos estudos habermasianos no Brasil em suas diferentes correntes e das mais ricas interlocuções que sua obra é capaz de suscitar, sanando dificuldades como a ausência de tradução de textos importantes e a falta de uma padronização terminológica nas traduções existentes.

Sobre o autor - Um dos mais importantes filósofos da atualidade, Jürgen Habermas, nascido na Alemanha em 1929, criou uma nova visão sobre as relações entre linguagem e sociedade. Foi professor de Filosofia da Universidade de Heidelberg e da New York School for Social Research, além de codiretor do Instituto Max Plank para a Investigação das Condições de Vida do Mundo Técnico-Científico, em Starnberg.

Título: Para a reconstrução do materialismo histórico
Autor: Jürgen Habermas
Tradução: Rúrion Melo
Apresentação: Clodomiro José Bannwart Júnior e Luiz Repa
Número de páginas: 508
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 88,00
ISBN: 978-85-393-0624-4

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp