Internacionalistas examinam os desafios na integração regional do Brasil

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segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Obra traz detalhada análise crítica do pensamento e da política externa brasileira
         

Especialistas em política externa há muito evitaram perguntas cruciais sobre a integração regional brasileira. Por que as instituições regionais não foram prioridade? Como o Brasil, mesmo incluindo-a na agenda, não desenvolveu uma capacidade efetiva de ação? Essas questões, desafiadoras e praticamente nunca enfrentadas, constituem o cerne de Os desafios da integração regional no Sul Global: o caso da Política Externa Brasileira para o Mercosul, lançamento da Editora Unesp, de autoria de Tullo Vigevani e Haroldo Ramanzini Junior, com prefácio do diplomata Celso Amorim. A obra mergulha nas razões por trás da falta de foco nas instituições de integração, explorando as fragilidades estruturais derivadas da posição internacional do país.

“O Mercosul é um dos principais alicerces da integração regional. São mais de três décadas de esforços políticos, econômicos e sociais para a sua construção. Esse patrimônio foi essencial para manter viva a chama da integração regional, mesmo quando os ventos contrários mais fortes sopraram. Entretanto, sua atuação e sua institucionalidade se transforaram ao longo dessas décadas. Refletir sobre o seu papel hoje continua sendo prioridade da política externa brasileira”, anota o ex-chanceler Celso Amorim.

“O livro de Vigevani e Ramanzini Junior lança luz sobre o processo histórico e os principais argumentos e atores sociais mobilizados ao longo da história da diplomacia brasileira no que diz respeito à integração dos países da bacia do Prata e da região como um todo. Esta análise nos permite compreender os desafios e as potencialidades do processo de integração do Mercosul e além dele", completa.

Partindo da ideia de Amitav Acharya sobre a não generalização da integração europeia nos países do Sul, os autores destacam as singularidades brasileiras em relação aos vizinhos. O livro avalia desde a administração do Barão do Rio Branco até os dias atuais, explorando interesses contraditórios e fragilidades estruturais. “Ao contrário do caso europeu, em que a integração foi concebida com base nos princípios da delegação e do controle das soberanias nacionais, para os países que experimentaram a dominação colonial a integração foi imaginada para fortalecer o nacionalismo e preservar a soberania diante da dominação externa”, registra a professora do IESP-UERJ Maria Regina Soares de Lima. Uma leitura essencial para compreender a trajetória do Brasil na busca da cooperação ao longo da história.

Sobre os autores

Tullo Vigevani é professor titular da Unesp/Marília, nas áreas de Ciência Política e Relações Internacionais, e professor do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais, San Tiago Dantas, da Unesp/ Unicamp/PUC-SP. É pesquisador do Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec) e vice-coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT-Ineu).

Haroldo Ramanzini Junior possui doutorado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado pela Universidade de Harvard. É professor do Instituto de Economia e Relações Internacionais (Ieri) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), além de editor-chefe da Revista Brasileira de Política Internacional (RBPI) e pesquisador do CNPq, do INCT-Ineu e do Centro de Estudos Globais (UnB).

Título: Os desafios da integração regional no Sul Global: o caso da Política Externa Brasileira para o Mercosul
Autor: Tullo Vigevani, Haroldo Ramanzini Junior
Prefácio: Celso Amorim
Número de páginas: 240
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 74
ISBN: 978-65-5711-198-7

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