'O capital e suas metamorfoses', de Luiz Gonzaga Belluzzo, ganha nova impressão

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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A obra do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, O capital e suas metamorfoses, lançada em 2013, acaba de ganhar nova impressão. 

Os cinco ensaios do livro retratam os caminhos percorridos por Belluzzo em sua tentativa de desvendar os movimentos contemporâneos do capital. No lugar de uma reflexão árida e impermeável, à imagem de muitas interpretações econômicas tecnocratas, o autor nos oferece aqui um panorama multifacetado e transdisciplinar de algumas questões centrais do mundo moderno, como a financeirização da economia. Para isso, o autor lança mão de clássicos da economia política, como Marx e Keynes, filósofos, como Berman e Marcuse, e vozes contemporâneas, sejam elas de representantes do sistema econômico ou de movimentos sociais contestatórios.

Um de seus motes é a constatação da incapacidade do desenvolvimento capitalista de atender aos chamados da ascensão burguesa, que anunciavam uma nova ordem centrada na progressiva emancipação do homem em relação aos desígnios da necessidade. "Os poderes que convocam a produção da abundância sãos os mesmos que submetem as criaturas humanas ao vício do consumismo, à permanente insatisfação das necessidades ilimitadas e aos grilhões do impulso insaciável da acumulação de riqueza monetária."

O primeiro ensaio do livro discute a visão de Marx sobre o caráter despótico do capitalismo; a seguir, Belluzzo analisa a economia política à luz do pensamento ontológico de Lukács e também de Marx. O terceiro texto, por sua vez, apresenta um estudo que se contrapõe à tese de que o domínio das finanças na economia denunciaria um "descolamento" da valorização fictícia dos estoques de riqueza em relação à geração de valor na esfera produtiva. Para ele, esse hegemonia revela o desenvolvimento de formas mais avançadas de valor. Esse tema é retomado no quarto artigo, que aborda a crise de 2008.

O quinto e último ensaio discute o fracasso da tentativa de se constituir, no pós-guerra, uma ordem internacional capaz de alentar o desenvolvimento. Nesse texto, Belluzzo afirma que estamos diante de uma "grande transformação", agora é "a economia que trata de se libertar dos grilhões da sociedade". Mas o autor adverte: essa constatação pode se tornar intolerável para os indivíduos, uma vez que seu destino está submetido a uma "racionalização" opressora, antítese de uma vida emancipada e digna. 

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp