Para compreender o Golpe de 1964 e suas consequências na vida social brasileira

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quarta-feira, 20 de março de 2019

Memorial Tortura Nunca Mais, no Recife, foi o primeiro monumento construído no país em homenagem aos mortos e desaparecidos políticos brasileiros e representa o corpo de um homem nu em posição da tortura de pau-de-arara

Na madrugada de 31 de março de 1964, foi deflagrado um golpe militar contra o governo democraticamente eleito do presidente João Goulart, que culminou com sua derrubada em 1º de abril, instalando a ditadura militar que perdurou até 1985.

Os apoiadores do regime que se seguiu costumam designá-lo como "Revolução de 1964" e todos os cinco presidentes militares que se sucederam desde então declararam-se seus herdeiros e continuadores. Entretanto, a historiografia recente defende que não foi apenas um golpe militar, mas também civil-militar, já que contou com apoio de amplas camadas da população civil: proprietários rurais, burguesia industrial, classes médias, setor conservador e anticomunista da Igreja católica. 

O golpe estabeleceu um regime autoritário, politicamente alinhado aos Estados Unidos, e marcou o início de um período de profundas modificações na organização política do país, bem como na vida econômica e social. Além da limitação da liberdade de opinião e expressão, de imprensa e organização, a partir de 1969 tornaram-se comuns as prisões, os interrogatórios e a tortura daqueles considerados suspeitos de oposição ao regime, comunistas ou simpatizantes, sobretudo estudantes, jornalistas e professores. Centenas de opositores ao regime foram mortos ou desapareceram.

Para compreender nossa história passada, a Editora Unesp resgata de seu catálogo títulos que podem contribuir para o esclarecimento de um período nebuloso e trágico. Os livros estão com 20% de desconto até 31 de março. Confira abaixo: 

O fantasma da revolução brasileira
Autor: Marcelo Ridenti | Páginas: 376 | Preço: De R$ 62 por R$ 49,60

Este livro introduz o leitor aos anos 1960 e 1970, oferecendo-lhe uma visão abrangente, mas seletiva, dos fatos sobre os quais incide a análise histórica e sociológica. Análise séria e aprofundada, porém vazada em linguagem acessível, sem rebuscamentos dispensáveis. Aqueles anos de virada já suscitaram uma literatura numerosa de depoimentos pessoais, mas os trabalhos de pesquisa analítica ainda são escassos. Houve mesmo um declínio de interesse por aqueles anos malditos, na medida em que ganhou ímpeto, no país, o processo de finalização da ditadura militar e de reorganização democrática das instituições do Estado e da vida partidária. 

Ditadura em imagem e som
Autora: Caroline Gomes Leme | Páginas: 336 | Preço: De R$ 60 por R$ 48

Produto da dissertação de mestrado vencedora do Concurso Brasileiro Anpocs de Obras Científicas e Teses Universitárias (2012), o livro busca apreender os enunciados sociais e culturais construídos sobre o regime militar para analisar de que forma o cinema ressignificou e vem ressignificando o passado, verificar questões ainda obscurecidas, ambiguidades e tensões presentes na interpretação do processo histórico.  

Brasilidade revolucionária
Autor: Marcelo Ridenti | Páginas: 192 | Preço: De R$ 46 por R$ 36,80

Ao percorrer a trajetória de artistas e intelectuais que colaboraram para estabelecer certa intelligentsia brasileira de esquerda ao longo do século XX, Marcelo Ridenti resgata a imagem do país como fundador de uma verdadeira civilização tropical. Tal visão utópica, que contrasta com a brasilidade que tem sido retomada em versões de consumo fácil, seria uma aposta nas possibilidades da revolução brasileira, nacional-democrática ou socialista, que permitiria realizar as potencialidades de um povo e de uma nação. 

Controles e autonomia
Autor: Samuel Alves Soares | Páginas: 224 | Preço: De R$ 46 por R$ 36,80

O objetivo central deste livro é verificar de que maneira a relação entre o aparelho militar e o sistema político no período de 1974 a 1999 afetou a consolidação da democracia do país. Este aspecto-chave foi desdobrado analiticamente em dois planos: o legal-institucional e a conjuntura política. No primeiro plano, a referência básica é a função das Forças Armadas na Carta Magna e as missões definidas nos textos infraconstitucionais, conferindo-se as principais posições defendidas pelos atores políticos relevantes - partidos, militares, empresários e sindicatos - na configuração legal da função e das missões atribuídas ao aparelho militar. O segundo plano focaliza a conjuntura do período indicado. Neste caso, trata-se de uma análise pontual de momentos cruciais da conjuntura política, pinçando os elementos diretamente vinculados àquela relação entre militares e sistema político. 

Confira abaixo outros títulos relacionados:

A militarização da burocracia: A participação militar na administração federal das Comunicações e da Educação 1963-1990, de Suzeley Kalil Mathias (232 páginas, de R$ 46 por R$ 36,80)

Controle civil sobre os militares e política de defesa na Argentina, no Brasil, no Chile e no Uruguai, organizado por Héctor Luis Saint-Pierre (128 páginas, de R$ 34 por R$ 27,20)

Aconteceu longe demais: A luta pela terra dos posseiros em Formoso e Trombas e a Revolução Brasileira (1950-1964), de Paulo Ribeiro da Cunha (306 páginas, de R$ 48 por R$ 38,40)

A luta pela anistia, de Haike R. Kleber Da Silva (488 páginas, R$ 85 por R$ 68)

Em busca do povo brasileiro: Artistas da revolução, do CPC à era da TV, de Marcelo Ridenti (464 páginas, de R$74  por R$ 59,20)

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora a Unesp