Para lembrar o movimento de maio de 1968

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segunda-feira, 2 de maio de 2016

Foto: "Estudantes marchando em Paris", em 1968, de Henri Cartier Bresson

Há exatos 48 anos, em 2 de maio de 1968, surgia uma onda de manifestações de estudantes da Universidade de Paris, em Nanterre, que reivindicavam mudanças no setor educacional. O movimento cresceu e evoluiu para uma greve de trabalhadores, que abalou o governo do então presidente da França, Charles De Gaulle, que renunciou um ano depois.

A ocasião, que mais tarde ficaria conhecida como o movimento de maio de 68, reuniu mais de 9 milhões de pessoas que buscavam melhores condições sociais e políticas, e foi considerada a maior greve geral da Europa.

Para refletir sobre os impactos dos acontecimentos ocorridos na capital francesa há mais de 40 anos, a Editora Unesp selecionou  títulos que tangenciam questões da sociologia e o contexto histórico da época.

Além do fato de se tratar do último curso ministrado por Adorno, Introdução à Sociologia (320 páginas, R$ 58,00) é o único cujas gravações em fita foram conservadas por completo. Na obra, é possível encontrar a mais autêntica visão de seu estilo como professor.

Adorno fornece a um amplo público de iniciantes tanto as principais balizas que nortearam sua prática de sociólogo quanto os meandros da Teoria Crítica da sociedade, da qual foi um dos principais representantes. Neste curso de Sociologia, centrado em torno à crítica do positivismo, se coloca de maneira transparente o que o sociólogo Gabriel Cohn chama, na apresentação que faz a ao livro, da razão de ser da Teoria Crítica: “seu ‘vínculo interno’, seu resoluto impulso vital, foi a exigência ‘de um desenvolvimento e inter-relacionamento dialético de teoria filosófica e práxis científica específica’”.

Se há uma preocupação marcante que emerge destes registros é a de conceber a Sociologia como uma ciência marcada pelo empenho em descobrir na sociedade o que nela é essencial. E a referência essencial para Adorno não é desvendar os segredos de uma sociedade específica ou mesmo buscar conceitos para a sociedade de modo geral, mas de converter a vida em algo digno de ser vivido, pensando a espécie humana para além de suas conformações particulares.

Já em Últimas aulas no Collège de France (1968 e 1969), de Émile Benveniste (280 páginas, R$ 46,00), com tradução de Daniel Costa da Silva, elaborado e apresentado pelos linguistas Jean-Claude Coquet e Irene Fenoglio, com prefácio de Julia Kristeva e posfácio por Tzvetan Todorov, há um flagrante revelador de Benveniste em plena atividade docente, em seu último curso no Collège de France.

A obra, primeira edição brasileira da compilação das últimas aulas de Émile Benveniste, é um dos livros menos conhecidos do célebre gramático e linguista.  Nela, o autor polemiza respeitosamente a produção de Peirce e endossa as teses de Saussure, para formular sua própria tese da língua como interpretante de si mesma e de todos os demais sistemas. 

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp