'Princesa Isabel do Brasil' ganha reimpressão

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terça-feira, 1 de junho de 2021

Princesa Isabel

Com enfoque na questão de gênero, o historiador inglês Roderick J. Barman descortina novas maneiras de abordar o passado imperial brasileiro em Princesa Isabel do Brasil – Gênero e poder no século XIX, que ganha nova tiragem. Figura histórica de marcante presença na cultura popular nacional devido ao seu destacado papel na supressão da escravatura no país, D. Isabel pode ser lembrada também por ter sido uma das somente nove mulheres, em todo o mundo, que ocuparam o posto de autoridade suprema de seus países no século XIX.

O estudo de Barman sobre a personagem histórica expõe a dimensão da relação entre gênero (a existência como mulher) e poder (o exercício da função de agente) em uma sociedade onde os homens eram a norma e a feminilidade algo incompatível com o exercício do poder, aprofundando a compreensão sobre o funcionamento da sociedade imperial. Temos, assim, não só uma nova visão sobre a herdeira por quase quarenta anos do império brasileiro — o qual governou em três ocasiões —, mas também da cultura (crenças, maneiras de pensar, leis, costumes, convenções e padrões de comportamento) que determinava as relações de poder no Brasil imperial. Com este olhar original, o autor procurar dar aos personagens do passado sua própria voz, situando o assunto em um contexto mais amplo e empreendendo uma “análise conceitual aberta e flexível o suficiente para levar em conta e explicar o funcionamento da sociedade estudada”. 

Princesa Isabel do Brasil – Gênero e poder no século XIX também aparece com destaque na produção historiográfica sobre o Brasil quando lembramos que apenas três biografias e poucos artigos sobre a princesa Isabel surgiram após sua morte em 1921. Isabel aparece em seus tradicionais papéis de filha, noiva e mãe, mas é igualmente retratada após a brutal mudança sofrida, com o exílio e seu climatério, quando passa a emitir opiniões independentes. Uma mudança e tanto para quem, investida de autoridade, “teve que cumprir os deveres de governante em culturas que consideravam a feminilidade incompatível com o exercício do poder”.

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
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