Trata de como as estruturas estatais não nacionais, chamadas de governos subnacionais, participam de um processo no qual a capacidade de compreender, se relacionar e cooperar com o mundo exterior é cada vez mais decisiva. São discutidas diferentes formações sociais e políticas, verificando como os governos subnacionais reagem ante as mudanças ocorridas nos campos político e econômico, regional e internacional.
Tullo Vigevani é professor de Ciência Política e Relações Internacionais da Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp, câmpus de Marilia, pesquisador do Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec). É autor de inúmeros livros e artigos, no Brasil e no exterior, sobre politica externa do Brasil, integração regional e teoria das relações internacionais.
Luiz Eduardo Wanderley é sociólogo. Professor titular no Departamento de Sociologia da PUC-SP, foi reitor desta Universidade (1984-1988), é membro das ONGs Ação Educativa e Cesep. Publicou os livros O que é Universidade (São Paulo, Brasiliense, 1994, 9. Ed.) e Educar para transformar (Petrópolis, Vozes, 1984), além de inúmeros artigos em livros e revistas especializadas.
Maria Inês Barreto é especialista em Administração Pública e Governo; doutora em Administração pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp), da Fundação Getúlio Vargas – FGV-SP; desempenha atualmente as atividades de diretora e pesquisadora do Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec), onde integra o grupo de estudos de Relações Internacionais.
Marcelo Passini Mariano é cientista político, professor de Relações Internacionais nas Faculdades Integradas Rio Branco; pesquisador do Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec); assessor de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores; doutorando em Ciências Sociais na Universidade Estadual Paulista (Unesp – câmpus Araraquara); autor de livros e artigos em publicações especializadas.
Um dos principais objetivos desta publicação é discutir a relação entre etnia, nação e Estado. Busca, portanto, compreender como a interação entre esses elementos produziu a necessidade de solidariedade, tolerância e promoção dos direitos humanos. Nesse sentido, mostra que, apesar de ter havido a consolidação de normas de alcance universal, isso não evitou, em diversas ocasiões, a violação dos direitos humanos por esses mesmos Estados.
Dois povos se envolvem num conflito persistente que parece resistir incólume a cada tentativa de pacificação. Israelenses e palestinos propõem a negociadores e analistas um enorme quebra-cabeça político, cada vez mais associado ao fanatismo religioso e nacionalista. Existiria uma forma de acabar com o que parece ser um infindável derramamento de sangue? O que explica o fracasso de uma solução estável para a guerra na região? Este livro procura expor a complexidade dessas perguntas e fornecer elementos que permitam entender e entrever as condições necessárias para uma resposta.
O objetivo principal de Marcelo Passini Mariano nesta obra é investigar como a política externa do Brasil, o principal integrante do Mercosul, relaciona-se com o bloco regional e de que maneira se revela na sua configuração e nos seus impasses. A partir de análises que entendem que a crise vivida pelo bloco não decorre exclusivamente de questões comerciais, o autor afirma que parte dos desafios atuais do bloco regional tem origem na própria concepção da política externa brasileira, que privilegia sua expansão para o restante da América do Sul em detrimento do aprofundamento da integração.
Assim, em A política externa brasileira e a integração regional, Mariano discute a hipótese de que, para o Mercosul expandir-se, seria necessária uma mudança em alguns preceitos da política externa brasileira em relação ao escopo dos processos de integração, em especial sobre a questão da autonomia de cada nação.
O livro apresenta uma nova perspectiva sobre as periferias da cidade de São Paulo, discutindo os paradoxos e mitos que as circundam. Um trabalho de fôlego, que explicita a dedicação e o compromisso de um autor/pesquisador constantemente implicado nas sensações, atitudes, observações e análises voltadas às periferias urbanas, com especial atenção ao mundo do crime e à política.
Quando, em 1985, José Sarney tomou posse como o primeiro governo civil após longos anos de regime militar, o país enfrentava uma grave crise econômica, e o modelo econômico de substituição de importações então vigente – que perdurava desde a década de 1930 –, além de criticado pelo FMI e pelo Banco Mundial, apresentava problemas. Esse contexto, aliado a outros fatores, como a ineficácia das medidas adotadas para controlar a inflação e manter o crescimento do PIB, provocava instabilidade e evidenciava a necessidade de mudanças na política econômica externa brasileira. Essas mudanças aconteceram gradualmente, traçando um novo desenho que buscava o fortalecimento da soberania do país. Neste livro, originalmente publicado em inglês pela Lexington Books (2009) e que agora ganha sua segunda edição em português, Tullo Vigevani e Gabriel Cepaluni delineiam, de maneira clara e encadeada, o caminho histórico que o Brasil percorreu desde então em sua política externa: Sarney e as pressões para a mudança; Collor/Itamar Franco e o turbulento governo que deu início às transformações liberais; Fernando Henrique Cardoso e a absorção e consolidação de mudanças resultantes da globalização, levando à autonomia pela participação; e Lula, com sua ênfase nas negociações comerciais internacionais e na busca de aprofundamento da coordenação política com países em desenvolvimento. Os autores descrevem e analisam empiricamente essa trajetória, demonstrando como a procura por desenvolvimento e autonomia política – que perpassa níveis que vão do distanciamento dos países dominantes à diversificação de parceiros – esteve constantemente presente na política externa do Brasil. A política externa brasileira questiona quais são os principais elementos de continuidade e de mudança e orienta a análise, partindo do pressuposto de que “a autonomia de um país confere a ele condições de construir uma política externa livre de constrangimentos internacionais impostos pelos países mais poderosos”.