Estão reunidos nesta obra 28 estudos, em que Fulvia M. L. Moretto percorre pontos cruciais da literatura francesa, apresentando e discutindo aspectos fundamentais de autores e obras que vão do século XVIII ao século XX. Citem-se, entre outras, as admiráveis análises de Diderot, Lamartine, Zola, Baudelaire, Jules Laforgue, Dujardin, André Gide, Jean Cocteau, Jacques Prévert, Jean-Paul Sartre, Paul Valéry, Simone de Beauvoir e Marguerite Yourcenar.
Fulvia L. M. Moretto é professora titular aposentada de Francês pela Unesp, câmpus de Araraquara. Autora, dentre outros, de La nature dans les poèmes de Vigny (FFLCH-USP, 1971), Caminhos do Decadentismo francês (Perspectiva, 1989) e Letras francesas (Unesp, 1984). Tem traduzido obras literárias e de crítica. Com A Nova Heloísa, de Jean-Jacques Rousseau (Hucitec/Ed. Unicamp, 1994) recebeu o Prêmio Jabuti de tradução, em 1995.
Historiador da filosofia conhecido sobretudo por seus estudos sobre Rousseau e Montaigne, Jean Starobinski retoma aqui a análise da gênese ideológica da Revolução Francesa. Rastreando a formação do conceito moderno de liberdade pelo imaginário estético do século XVIII, Starobinski restitui a complexidade do ideário que animou esse importante fato histórico. Análises iconográficas e textuais aparecem entrelaçadas a fim de possibilitar a compreensão das modalidades de interação entre filosofia e imaginário.
Esta coletânea de artigos aborda as principais características do teatro ocidental, desde a tragédia grega até a dramaticidade e o espetáculo na obra Macário, de Álvares de Azevedo, passando por momentos do teatro latino, a tragédia shakespeariana, o teatro clássico francês e alemão, o melodrama e sua relação com a soberania popular, o simbolismo francês, a dramaturgia de Raul Brandão, o teatro norte-americano no século XX, um panorama sobre o teatro brasileiro e uma leitura de O Marinheiro, de Fernando Pessoa.
Grande escritor da primeira metade do século XVIII, Luc de Carpies, marquês de Vauvenargues, meditou sobre as obras de Plutarco e voltou-se para as máximas, os aforismos, com que se costuma criticar os defeitos humanos, e se antecipa aos caminhos que levariam ao movimento romântico, trazendo ainda o hábito e o gosto da literatura psicológica do século XVII, da análise dos sentimentos, imerso que está no pensamento do século XVIII iluminista, haja vista sua grande admiração por Voltaire. Esse escritor apresenta uma visão mais moderna de seu tempo, a qual logo depois seria expressa por Rousseau, ao abrir a estrada ao Eu e a uma felicidade trazida sobretudo pelo sentimento de sua própria existência. Uma frase de Vauvenargues ilumina a visão moderna que estava por vir: "Nossas paixões não são distintas de nós mesmos; há entre elas as que são todo o fundamento e toda a substância de nossa alma".
A publicação, em 1780, deste símbolo maior do Iluminismo visava reunir a produção de todo conhecimento humano, tornando-se o repositório de ideias que inspiraram a Revolução Francesa. Esta sintética oferece textos selecionados por uma equipe de professores das três universidades públicas de São Paulo.
Os textos autobiográficos de Jean-Jacques Rousseau, escalonados entre 1755 e 1776, formam um esclarecedor complemento às grandes obras do autor, da Nova Heloisa aos inacabados Devaneios do caminhante solitário. Eles são um fio condutor da obra de Rousseau. Partindo de uma irritação crescente contra seu século, ele concluirá que a sabedoria deverá ser, agora, solidão criadora.