A clínica analítica pensada a partir da prática
Livro que apresenta os conceitos gerais e as coordenadas da práxis da grupanálise. Baseando-se em transcrições de sessões ou em fragmentos de sessões clínicas, o autor suscita questões básicas sobre o processo analítico. Para os profissionais da área, Pelosi propicia uma problematização da experiência clínica; para o público não-especializado, o livro permite uma introdução ao universo da grupanálise.
Ricardo Maximiliano Pelosi é médico, endocrinologista-psicanalista, membro efetivo do Núcleo de Estudos de Saúde Mental (Nesme), editor do jornal Vinculum e coordenador do Centro de Educação Permanente em Psicanálise Vincular (CEPPV).
Os indivíduos sentem medo e por isso são subjetivos. Certos tipos de medo perseguem as crianças, outros aparecem apenas na adolescência e na maturidade. Em todos os estudos sobre o indivíduo e sobre a sociedade humana, o medo é um tema - esteja implícito como nas estórias de coragem e sucesso, ou explícito como nos trabalhos sobre fobias e conflitos humanos. Porém, não se tem procurado abordar o tema "paisagens de medo" como um tópico explorado por si mesmo e pelos esclarecimentos que possam trazer sobre as questões de interesse permanente: Que significa ser gente? Como é viver neste mundo? Neste livro, o autor explora essas questões, procurando em particular traçar laços e ressonâncias entre as diferentes paisagens de medo.
Neste que foi um dos seus últimos trabalhos Duby apresenta paralelos e diferenças entre os medos e ansiedades dos homens que viveram a passagem do primeiro milênio e os perigos de hoje, na proximidade do ano 2000. Apoiado em diversas ilustrações e num projeto gráfico primoroso, o livro flui de maneira simples e didática, respondendo a diversas questões que procuram estabelecer as características dos homens e da sociedade existentes por volta do ano 1000 e suas semelhanças e diferenças com a sociedade atual.
Construindo o espaço conceitual comum a dois pensamentos que se ignoraram durante meio século, o de Lacan e o de Adorno, Vladimir Safatle faz muito mais que uma aproximação interessante. Ele confronta duas filosofias apoiadas, cada uma, em uma prática: a cura psicanalítica para um, a criação artística para outro; assim como obriga o pensamento a se interrogar sobre o que um sistema, que tem sua densidade própria de teoria, deve à prática ou à experiência que ele privilegia.
Este estudo discute, questiona e aponta as contradições das chamadas instituições totais, ambientes em que as manifestações psicossociais específicas dos internos, segundo o autor, costumam ser desconhecidas ou ignoradas por profissionais do Judiciário, Serviço Social, Medicina, Psicologia e Pedagogia. Para ele, é ingênuo supor que se pode confinar, tanto jovens quanto adultos, por meio de decisões judiciais, e criar nos estabelecimentos, ao mesmo tempo, rotinas integradoras e ambientes saudáveis, potencialmente pedagógicos.
A Psicologia, a Pedagogia e a Assistência Social são reconhecidas aqui como saberes científicos incontestes que, no entanto, estariam sendo utilizadas como estratégias de controle disciplinar nos estabelecimentos educativos, socioeducativos e ressocializadores, em especial entre os que limitam a liberdade individual.
À medida que os profissionais têm como atribuição, em tais contextos, oferecer acompanhamento personalizado e sistemático, levando-os reclusos a refletirem sobre as infrações cometidas e suas consequências, acabam por desempenhar, afirma o autor, citando Foucault, “o papel de técnicos do comportamento, engenheiros da conduta, ortopedistas da individualidade”.
Tal papel, pontua, é desempenhado em meio a impasses, entre discursos altruístas e a realidade das instituições produto das sociedades disciplinares. Assim, questões pedagógicas, psicológicas, psiquiátricas, hospitalares se tornariam mais inteligíveis se fossem enquadradas em um marco institucional global: “Entendemos que os problemas institucionais são também problemas sociais. Soluções técnicas muitas vezes não são suficientes para resolvê-los. Eles exigem soluções políticas para sua metabolização”.
Para mostrar a amplitude dos estudos do psiquiatra e psicanalista francês Jacques Lacan (1901-1981), o livro reúne artigos de alguns dos principais nomes da filosofia e da psicanálise brasileira e internacional. Formado por 12 artigos de alguns dos principais nomes da filosofia nacional e internacional, este livro traça uma cartografia diversificada que visa mostrar a riqueza das questões e promessas postas pela experiência intelectual de Jacques Lacan. Vinte anos depois de sua morte, pensar a partir e através de Lacan ainda é um desafio que alguns aceitam de bom grado.