A incansável busca
O objeto deste estudo é a obra de Marguerite Duras (1914-1996), escritora, dramaturga, roteirista e membro da Resistência francesa durante a Segunda Guerra. De seu universo ficcional, marcado pela juventude passada na Indochina e pelas novelas psicológicas e herméticas, são analisados quatro livros - um deles, O amante (1984), recebeu o prestigiado Prêmio Goncourt e já foi levado ao cinema. Eles têm em comum a diluição das fronteiras entre o romance e a autobiografia e a profunda reflexão sobre a arte de escrever.
Andréa Correa Paraiso nasceu em Pratânia – SP. Fez mestrado em Estudos Literários na Unesp, câmpus de Araraquara, mesma instituição em que cursou Letras entre 1990 e 1993. Atualmente é professora assistente no Departamento de Línguas Estrangeiras Modernas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná, onde leciona Literatura Francesa.
Publicado em 1974, o livro A via crucis do corpo, de Clarice LIspector, foi recebido pela crítica como uma "obra menor", "um desvio", até mesmo "um lixo", em relação aos demais textos da escritora, que o teria produzido por encomenda, em um momento de dificuldades financeiras. Com o propósito de questionar essa crítica cristalizada e, a seu ver, injusta, Nilze Reguera realiza um estudo minucioso sobre esse livro, demonstrando suas qualidades como um trabalho de (e com) a linguagem e como um lugar de problematização de certos conceitos. Defende a necessidade de reavaliar posições interpretativas que não levam em conta sua ambivalência constitutiva, desvelada quando A via crucis do corpo é lida sob a perspectiva da encenação e do fingimento, de modo a se articular perfeitamente ao conjunto da obra legada pela escritora.
Uma nova obra de referência, que abre espaço para que Humberto Mauro, artista mineiro, considerado o mais brasileiro dos diretores do cinema nacional, seja conhecido na totalidade das facetas de sua ampla filmografia. Mauro fez filmes entre 1925 e 1974, e construiu uma trajetória repleta de imagens que se tornaram matrizes do cinema brasileiro. Neste livro, que relata os 50 anos de atividade de Humberto Mauro e discute a possibilidade da existência de um cinema brasileiro e dos seus vínculos com a grande arte universal, a autora reflete sobre a possibilidade de filmar o Brasil e seu povo sob um olhar também nacional. Com essa proposta, o estudo ilumina o Cinema Novo e ajuda a projetar hipóteses sobre os caminhos da produção nacional.
A obra apresenta artigos científicos correspondentes a algumas das comunicações de resultados de pesquisa apresentadas no Simpósio "Travessias: o leitor, a leitura e a literatura", realizado durante o IX Congresso Internacional da Associação Brasileira de Literatura Comparada-ABRALIC, em Porto Alegre, no ano de 2004. Os textos sublinham a importância da discussão e da reflexão sobre os caminhos percorridos pela criação literária, considerando aspectos tanto de sua produção como de sua circulação e recepção.
A produção social da escrita reúne quase duas décadas de reflexões de Williams, coligindo palestras e ensaios realizados entre 1964 e 1983. Seus trabalhos examinam estilos literários e autores específicos: a forma dramática e a linguagem de Racine e Shakespeare; a ficção inglesa em 1848; David Hume, Charles Dickens e a transformação da prosa inglesa. O volume inclui, ainda, ensaios sobre a tradição dos estudos literários em Cambridge e sobre o papel da região e da classe no romance.
Este livro reúne ensaios escritos em diferentes momentos, mas que têm como eixo comum a literatura juvenil produzida no Brasil do final do século XX ao início do XXI e duas preocupações explícitas: de um lado, a discussão da possível especificidade da chamada literatura juvenil; de outro, o estudo das implicações de sua utilização no ensino. Como os textos procuram demonstrar, enquanto a produção literária voltada exclusivamente para o público infantil parece bem caracterizada e ocupa lugar definido na atividade leitora das crianças, a literatura juvenil é frequentemente associada a finalidades didáticas e encontra certa resistência por parte da comunidade acadêmica, que tende a considerá-la menor ou mesmo um mero produto de consumo. Nestes ensaios, o autor oferece uma contribuição para o aprofundamento dos estudos da literatura juvenil e apresenta propostas de seu uso na sala de aula, às vezes sob a forma de roteiros de leitura, para que tanto o professor como o aluno possam tirar o melhor proveito da leitura dos livros analisados.