Resultado de pesquisa realizada pela autora, tendo em vista suas dúvidas e inquietudes como professora da rede oficial do ensino e estudiosa da História, esta obra aborda diferenças entre o ensino na década de 1960 e o contemporâneo, discorrendo a respeito de aproximações e distanciamentos entre o professor do passado e o do presente. Discute a ideia de que a escola antiga não é nem melhor, nem pior que a atual, mas diferente, por trabalhar com outra clientela, outra cultura histórica e docente e outros referenciais teóricos. Para os defensores da escola moderna, a "fase de ouro da escola pública" oferecia um ensino elitista e trabalhava conteúdos prontos de forma expositiva, sendo que o ensino atual não atinge a qualidade desejada porque os docentes são mal-remunerados, despreparados e resistem ao novo. Os professores mais antigos, considerados tradicionais, duvidam das novas propostas pedagógicas, afirmam que a escola está em decadência, por aprovar alunos sem conhecimento, e veem com desconfiança teorias que postulam não haver verdades acabadas a transmitir e que consideram a pesquisa como princípio pedagógico.
Emery Marques Gusmão é mestre em História, doutora em Educação e trabalhou nove anos na rede estadual de ensino. Atualmente leciona Didática na Unesp, câmpus de Assis (SP), e pesquisa a história das mais antigas instituições escolares da região oeste de São Paulo.
Este trabalho pretende analisar os diversos significados que a noção de legislador admite no Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau, acompanhando alguns argumentos e parte da obra de Rousseau desde o Primeiro Discurso até o Contrato Social, e depois as Considerações sobre o Governo da Polônia. A primeira parte, que compreende os dois primeiros capítulos, discute alguns pressupostos contidos no Contrato Social. A partir daí, a segunda parte apresenta, no capítulo três, uma hipótese de leitura do conceito de legislador e, no capítulo quatro, a verificação da conveniência dessa hipótese.
Os métodos da chamada "nova história cultural" têm sido amplamente discutidos nos últimos anos. Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke teve a excelente ideia de entrevistar alguns praticantes desse "estilo" de história, pedindo-lhes que justificassem suas abordagens e também que, refletindo sobre suas trajetórias intelectuais, contassem um pouco de suas próprias histórias.
Neste livro, Jacques Rancière propõe uma poética do saber: um estudo do conjunto dos procedimentos literários pelos quais um discurso se subtrai da literatura, dá a si mesmo um status de ciência e significa-o. A poética do saber se interessa pelas regras segundo as quais um saber se escreve e se lê como um discurso específico. Ela procurar definir o modo de verdade ao qual ele se destina.
Neste livro, Filipe Mendonça faz uma análise da política comercial norte-americana dos anos 1980, mas nos oferece uma visão abrangente. Trata-se de análise especializada, com amplo olhar sobre questões fundamentais para a compreensão daquela política. Por isso o peso que tem a política externa e internacional, sempre focando nas relações dos âmbitos doméstico e internacional. O autor busca, ao longo do trabalho, demonstrar as motivações principais das mudanças na política norte-americana, muito fortemente marcadas pelo Omnibus and Trade Competitiveness Act de 1988, que marca a definitiva implementação do fair trade, internacionalmente conhecido pela revitalização do sistema de sanções pelas Super 301 e Special 301. Trabalho ganhador do disputado Prêmio Franklin Delano Roose-velt de Estudos sobre os Estados Unidos da América 2011, atribuído pela embaixada dos Estados Unidos em Brasília.
Esta obra tem como objetivo analisar o papel que desempenhou a crítica literária na construção da cultura escrita do Oitocentos brasileiro, a partir do pressuposto de que a literatura foi a principal forma de expressão, conhecimento e reconhecimento do Brasil enquanto nação naquele período. Milena da Silveira Pereirabusca apreender em que medida o gênero, então insipiente, foi conduzido por princípios regulares e buscou definir, forjar ou mesmo inventar uma cultura escrita e uma nacionalidade brasileiras.
Para a autora, a crítica literária assumiu no século 19 uma posição equivalente à de tutora dos escritores, inclusive traduzindo os anseios e projetos da sociedade, ou seja, teria pretendido ajudar a delinear as feições do literato.
Boa parte do discurso crítico produzido naquele período, pontua ela, foi publicada em periódicos editados pelas sociedades literárias de São Paulo e Rio de Janeiro e por esse motivo tais textos constituem o corpus documental da obra, que dedica um capítulo específico a esses veículos. Segundo Silveira Pereira, além de grande peso como instrumento legitimador e de manutenção da prática de associar-se dos letradosdaquele tempo, os periódicos desempenharam papel importante na divulgação de seus escritos para públicos mais amplos, contribuindo assim para a consolidação da crítica literária enquanto tal e das ideias que o gênero textual procurava disseminar.