Triunfo e decadência do sufrágio universal
Obra que trata da reconstrução histórica da luta pela conquista de direitos civis, políticos, econômicos e sociais, com vitórias exaltantes e derrotas desastrosas. Com abordagens da luta pelo sufrágio universal, das origens do bonapartismo entre a América e a França, classes dominantes e subalternas, a democracia, e o século XX, entre a emancipação e a des-emancipação, ou seja, após a conquista de direitos anteriormente não desfrutados, pode se seguir a amargura da perda dos direitos tão arduamente conquistados.
Filósofo, ensaísta e historiador italiano, lecionou na Universidade de Urbino, na Itália. Foi um dos maiores analistas marxistas e estudiosos da obra do pensador italiano Antonio Gramsci. Intelectual versátil, também se dedicou a análises da história das idéias e à investigaçao de questões políticas contemporâneas. Publicou pela Editora Unesp as obras Hegel, Marx e a tradição liberal (1998) e Democracia ou bonapartismo (2004).
Losurdo sugere uma leitura revolucionária de tópicos da filosofia política e da história da filosofia política. Para ele, o pensamento político de Hegel e, em particular, sua filosofia do direito preconizam e se entrelaçam com a filosofia marxista de maneira geralmente descurada pelos comentadores. Esta perspectiva de análise lança novas luzes para a intelecção dos ideários marxista e hegeliano.
Nesta obra, Domenico Losurdo traça a história da ideia de paz, desde a Revolução Francesa até os dias atuais, e problematiza questões dramáticas de nosso tempo: é possível construir um mundo sem guerras? Devemos confiar na não violência? A democracia é garantia real de paz ou pode transformar-se em ideologia de guerra? Refletir sobre as promessas, as decepções, as voltas e reviravoltas da história da ideia de paz perpétua é essencial para compreender nosso passado e dar novo impulso à luta contra o crescente perigo de novas guerras.
Este livro reúne quatro breves ensaios cuja pertinência extrapola os contextos em que foram escritos. A crise de credibilidade dos sistemas políticos democráticos contemporâneos, além dos escândalos revelados, por exemplo, por Julian Assange (WikiLeaks) e Edward Snowden (ex-agente da NSA), nos remetem ao conceito aqui trabalhado por Bobbio de “Estado dual”. Se, por um lado, o poder instituído atua conforme os preceitos da lei e à luz da opinião pública, ele também opera nos subterrâneos da política, de modo arbitrário, a serviço de interesses escusos e contrários aos preceitos republicanos. Em suas palavras: “a opacidade do poder é a negação da democracia”.
Este livro procura discutir as principais contribuições para a ciência do pensador russo Piotr Kropotkin, um dos principais intelectuais do anarquismo no fim do século XIX e início do século XX. Embora respeitado no século XIX, ainda são escassos os debates sobre a obra de Kropotkin, principalmente sobre sua teoria do apoio mútuo e a influência que ela teria na organização dos seres vivos (incluindo os seres humanos). Relacionando suas pesquisas empíricas na Sibéria com a questão darwinista da “sobrevivência do mais capaz”, Kropotkin percebe que, ao contrário do que afirmavam alguns evolucionistas, naquela região predominava uma “estranha” sociabilidade, na qual se destacava a solidariedade entre indivíduos de uma mesma espécie, que desse modo conseguiam levar vantagem sobre seus “inimigos” naturais. Compreender a teoria do apoio mútuo e suas implicações no debate científico do século XIX permite-nos também perceber de que forma Kropotkin contribuiu para a constituição teórica de uma Geografa mais humanista, solidária e crítica.
Se o século XXI arrancou sob a hegemonia do horizonte democrático como modalidade de organização de nossas sociedades, já não se pode mais ignorar os questionamentos aos limites dos sistemas políticos contemporâneos. Longe de tema relegado a um debate meramente acadêmico, essa dubiedade se expressa de maneira nítida nas mais diversas manifestações populares que nestas primeiras duas décadas clamam por “mais democracia” enquanto rejeitam a política tradicional.