A coletânea apresentada neste livro reúne boa parte dos textos publicados por Kant entre 1762 e 1770, quando, já bastante conhecido no meio filosófico alemão, ocupou o cargo de Magister na Universidade de Königsberg. Essa reunião não é arbitrária. Ela dispõe de um critério que subordina sua referência cronológica principal - a década de 1760 - a uma unidade de natureza intelectual, e marca uma etapa decisiva da trajetória de Kant, iluminando sua filosofia madura, a qual inicia com a Crítica da razão pura, de 1781.
Immanuel Kant (1724-1804), nascido em Königsberg, na então Prússia Oriental, foi fundador da chamada “filosofia crítica” e é majoritariamente considerado o principal filósofo da era moderna. Dele, a Editora Unesp publicou Escritos pré-críticos (2005) e Começo conjectural da história humana (2010).
Profundo e implacável pessimista da filosofia ocidental, Schopenhauer (1788 - 1860) cantou com tristeza as misérias da existência humana, mas louvou como ninguém as belezas da música e da arte. M. Tanner enfrenta os paradoxos schopenhaurianos e revela a coerência que subjaz a eles, neste tratado que redescobre um dos maiores filósofos da tradição ocidental.
O diferencial desta obra é o estabelecimento, pelo autor, de um confronto direto entre Schelling e Schopenhauer, utilizando-se basicamente dos escritos deste último, a partir de material inédito do Schopenhauer-Archiv de Frankfurt. Apresenta um viés interpretativo que acrescenta Schelling e Fichte à linha Platão-Kant-Schopenhauer, preenchendo uma lacuna de consideráveis implicações. Demonstra como os filósofos Schelling e Schopenhauer chegam à mesma resposta da experiência estética da beleza e de sua íntima ligação com a natureza exterior a nós que o suprassensível pode ser atingido e têm a mesma reação à negatividade crítica kantiana relacionada ao mundo inteligível, em oposição ao sensível, e como o sistema teórico de um autor ilumina o outro. O autor também chama a atenção para a presença de conceitos como vontade e intuição intelectual nos escritos schellinguianos, já em 1795, o que permite compreender um contexto cultural e filosófico no qual o idealismo transcendental kantiano é retrabalhado.
Esta tradução da Metafísica do Belo, de Schopenhauer, compreende o conjunto de preleções lidas pelo filósofo em 1820, na Universidade de Berlim. A elas se juntam as preleções intituladas Teoria de toda a representação, pensamento e conhecimento; Metafísica da natureza; e Metafísica da estética. Mediante tais textos tem-se um acesso dos mais claros e didáticos ao pensamento do filósofo de Frankfurt, que já primava pela clareza expositiva, contra a corrente estilística germânica de sua época e seguindo a tradição britânica. As Preleções permanecem atuais não só pela investigação da essência íntima da beleza, mas também pela ressonância em diferentes autores, como Nietzsche, Freud e Machado de Assis. O filósofo eleva a arte a uma categoria suprema e reconhece, na contemplação desinteressada, uma forma de neutralizar momentaneamente o sofrimento existencial.
Neste artigo escrito em 1786, Kant examina o momento em que o homem passa do estado de rudeza animal para o de ser racional e social. Usando como guia o relato bíblico da queda de Adão, estabelece que a ruptura entre o instinto e a razão marca o começo da história humana. O filósofo salienta a especificidade do conceito de homem e faz da história uma maneira de pensar a humanidade de um ponto de vista universal e cosmopolita, entendendo a liberdade como o começo e a condição do progresso moral.
Com tradução revisada, o primeiro tomo de O mundo como vontade e como representação é a mais completa edição em língua portuguesa deste grande clássico da filosofia alemã. Imprescindível para o vislumbre do horizonte em que se movem as chamadas filosofias do impulso, com reflexões sobre o irracional e o inconsciente. A crítica do irracional neste tratado também passa pela crítica da razão.