Revisão Editora e as estratégias da intolerância (1987-2003)
O intuito deste livro é analisar a trajetória e as propostas da Revisão Editora, desde sua fundação, em 1987 até o ano de 2003 . A empresa, sediada em Porto Alegre, pertence a Siegfried Ellwanger, descendente de imigrantes alemães, que adotou o pseudônimo de S. E. Castan. Logo no início, a Revisão divulgou propostas que contestavam a existência do Holocausto, o que a aproximou do movimento denominado revisionismo histórico. Com número não desprezível de adeptos nos EUA e Europa, o movimento propõe rever os acontecimentos da Segunda Guerra. Tal movimento, nos meios acadêmicos, é denominado negacionista, pois, analisando-o detalhadamente, nota-se que a principal característica de seus adeptos é a defesa do anti-semitismo e a negação do Holocausto. Neste contexto a Revisão é tida como o principal pólo divulgador das propostas negacionistas no Brasil.
Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus é graduado e mestre em História pela Unesp, câmpus de Assis. Autor de diversos artigos na área de Cultura Política, prepara a pesquisa de doutorado sobre a xenofobia na imprensa nos anos 1920. É coordenador dos cursos de História e Pedagogia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Piraju (Fafip).
No cenário dos estudos de literatura, há valores ilusoriamente considerados bem assentados, como o que demarca as fronteiras entre os gêneros literários e os não literários, com atribuição de menoridade a alguns desses textos e consequente possibilidade de descartá-los de uma análise histórico-literária. Rever tais valores significa recuperar autores "menores", às vezes assim rotulados pela arbitrariedade de condicionamentos acadêmicos. Entre os escritores brasileiros do século XIX que merecem um exame desarmado, que possa iluminar os contornos de uma figura realmente importante para o seu tempo, eleva-se sem dúvida o Visconde de Taunay. Neste livro, a obra de Taunay é lida sob o signo da experiência marcante da guerra contra o Paraguai, que determinaria também a atenção sempre vigilante do escritor sobre outros acontecimentos históricos que viveu.
Para oferecer uma perspectiva crítica em que se pensa o mundo contemporâneo de forma lúcida e clara, Evaldo Vieira retorna aos escritos de Francisco José de Oliveira Vianna para desnudar o pensamento autoritário brasileiro. Ao se debruçar sobre a concepção de Estado Corporativo de Oliveira Vianna, escreve um importante capítulo da história das ideologias políticas no Brasil, analisando as intenções e o alcance de um discurso de civismo pedagogo e edificador da nação.
Bellamy estuda o desenvolvimento do liberalismo, do início do século XIX aos nossos dias. Examina a evolução das idéias liberais na Inglaterra, na França, na Alemanha e na Itália, detendo-se especialmente nas contribuições de Mill, Green, Durkheim, Weber e Pareto. Examina criticamente as idéias de liberais como Hayek, Nozik e Rawls, e indica como um liberalismo renovado é a única alternativa para as sociedades complexas e pluralistas do mundo contemporâneo.
O livro apresenta uma nova perspectiva sobre as periferias da cidade de São Paulo, discutindo os paradoxos e mitos que as circundam. Um trabalho de fôlego, que explicita a dedicação e o compromisso de um autor/pesquisador constantemente implicado nas sensações, atitudes, observações e análises voltadas às periferias urbanas, com especial atenção ao mundo do crime e à política.
Anthony Giddens, mais uma vez, contribui, de forma ousada, para o debate contemporâneo das Ciências Humanas. Nesta nova, o autor inglês se preocupa basicamente com a definição dos rumos metodológicos da investigação científica nas Humanidades, com a reformulação da teoria crítica e com o estabelecimento de novas bases para a idéia da modernidade.