"Quem não quer falar do capitalismo, deveria calar-se sobre o fascismo.” Essa frase de Horkheimer, extraída de um texto clássico redigido durante a Segunda Guerra Mundial, ainda ressoa nesta análise adorniana de um novo radicalismo de direita que começa a emergir na Alemanha dos anos 1960. Como explicar tal aberração política no seio de uma democracia supostamente bem-consolidada, no auge da “era dourada” do capitalismo europeu? Conforme a boa tradição materialista, Adorno insiste em afirmar que tal fenômeno é menos um sinal de loucura, tolice ou “desinformação”, e mais um sintoma de uma transformação social objetiva em curso. Como um fantasma naquela sociedade pacificada, o potencial fascista aparece então como nada mais nada menos que uma transfiguração ideológica da teoria do colapso de Marx.
Theodor W. Adorno (1903-1969) foi um filósofo alemão e um dos principais teóricos da cultura. Fez parte da corrente conhecida como Escola de Frankfurt, ao lado de Max Horkheimer, Walter Benjamin e Jürgen Habermas.
Este livro surgiu do reconhecimento desse fenômeno e da tentativa de examiná-la mediante estudos caso que, contudo, fossem pensados em um quadro não casual e não casuístico. Temos aqui quatro artigos, sobre Nepal, Zimbábue, Polônia e Brasil. Quatro países, em quatro continentes. Países diferentes em suas dimensões, história, em quase tudo. Mas, com alguns intrigantes pontos de contato, como o do fato de terem, em geral, agriculturas desenvolvidas no padrão que a literatura da economia agrícola tem chamado de dual, economicamente concentradas e socialmente polarizadas.
A importância deste estudo para os estudos sociais do direito está principalmente no fato de que, com base em um acesso sem precedentes a discussões coletivas de juízes, Latour conseguiu reconstruir em detalhes a tecelagem do raciocínio jurídico: claramente não é o fator social que explica a lei, mas são os liames legais que definem os elementos que se associam. O livro vem ocupar posição estratégica na obra de Latour, que agora pode comparar os modos pelos quais os caminhos jurídicos constroem associações com outros tipos de conexão por ele estudadas em outras áreas do conhecimento. Seu projeto de interpretação alternativa da própria noção de sociedade nunca esteve tão claro quanto neste livro, que é uma espécie de olhar laboratorial sobre a área do direito.
Coletânea de trabalhos de especialistas brasileiros que analisam algumas das obras mais importantes de pensadores marxistas deste século: O espírito da utopia (Bloch), Teoria do agir comunicativo (Habermas), Dialética negativa (Adorno), História e consciência de classe (Lukács), Contrarrevolução e revolta (Marcuse), Eduard Fuchs, o colecionador e o historiador (Walter Benjamin), As ideias fora do lugar (Roberto Schwarz), Marx: Lógica e política (Ruy Fausto) e Trabalho e reflexão (José Arthur Giannotti).
Para Giddens, estamos em uma época na qual a modernidade ultrapassou os seus próprios limites. Nessa perspectiva, surge a tarefa de traçar novo papel para uma política de esquerda, o qual se consolidará na noção de terceira via desenvolvida pelo autor e implementada na Grã-Bretanha atual. O fim da natureza como entidade independente da ação humana, o impacto da globalização, a eclosão do fundamentalismo, a persistência da dimensão de gênero e a necessidade de uma teoria normativa da violência aparecem neste livro como alguns dos elementos relevantes para a implementação de uma nova política verdadeiramente democrática.
Reflexões sobre visões históricas do capitalismo no século XX e suas transformações recentes, observações sobre os principais pensadores criticos desse sistema e quatro artigos sobre futebol – uma das paixões do autor – tornam este livro uma leitura agradável que oferece uma ampla visão de questões que ocupam nosso dia a dia econômico e social. Ao reunir parte dos artigos que o economista Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo publicou na imprensa, esta coletânea oferece exemplos de textos de um intelectual que, ao longo de sua carreira, se caracterizou pela coragem de debater suas opiniões dentro e fora do mundo universitário.