Escritor numa época em que a ficção era marcada pela idealização romântica, Manuel Antônio de Almeida rompeu o ciclo de heróis aristocráticos para narrar o cotidiano das classes populares e de seu anti-herói por excelência: o malandro. Além do protagonista, essa “crônica de costumes” acompanha o cotidiano de outros tipos comuns do Rio de Janeiro dos tempos de dom João VI, todos marcados por algum desvio de caráter manifesto ou latente.
Manuel Antônio de Almeida (Rio de Janeiro, 17 de novembro de 1830 — Macaé, 28 de novembro de 1861) foi um médico, escritor e professor brasileiro. Autor de um único romance, "Memórias de um sargento de milícias", fez parte da geração romântica. É patrono da cadeira nº 28 da Academia Brasileira de Letras.
Nos últimos dois séculos, o nome de Edgar Allan Poe se tornou sinônimo de histórias de mistério, seja o suspense, sejam as narrativas de teor sobrenatural, chegando a flertar com a ficção científica. Altamente inventivo, Poe perscrutou as fronteiras entre a lucidez e a insanidade. Saborosa porta de entrada para a obra do grande mestre da narrativa breve, este livro traz catorze de seus mais célebres textos.
O presente livro permite ao leitor um intenso passeio por temas caros à poeta Marly de Oliveira (1935-2007), que tem aqui registrados exemplares luminosos de sua poesia. "A publicação de Um feixe de rúculas tem uma razão de ser editorial, poética, histórica, humanista e finalmente literária. Se perfilaria quase uma falta se esta obra persistisse desconhecida! Além da poesia que virá com a leitura, há um universo de questões raras e protagonistas bem identificados com uma urgência revelatória sem a qual a verdade da vida e da arte falhariam". (Maria Bonomi) "Ninguém escreve fora da vida. E há quem escreva, como Marly de Oliveira, sobre sua vida. E isto nos diga, com precisão e franqueza. Como nos mostra, sem disfarces, qual sua linhagem poética, ao longo de toda a sua obra, que é, na realidade, uma série de retratos, tomados ao longo do tempo, na qual cada rosto que passou se justapõe aos outros e com eles cubisticamente se vincula, como se os espelhos em que se refletem fossem as “janelas simultâneas” de Delaunay." (Alberto da Costa e Silva)
Passado durante os primeiros anos do século XIX, o enredo deste romance revisita o arquétipo do amor juvenil da peça Romeu e Julieta: Simão Botelho apaixona-se perdidamente pela bela Teresa de Albuquerque. Os jovens, entretanto, pertencem a famílias rivais. Impedidos de se encontrar, trocam correspondências graças à conivência de Mariana, secretamente apaixonada por Simão. Esse triângulo amoroso precipitará os jovens para um destino trágico.
Na França pós-queda da Bastilha, Gamelin, pintor pouco virtuoso mas idealista, acaba sendo recrutado para uma função-chave dentro da chamada fase do Terror da Revolução Francesa: a de jurado do Tribunal Revolucionário – o que, na prática, significa que pode mandar qualquer um à guilhotina. No desempenho desse papel terrível, os valores éticos e morais do protagonista vão sendo postos à prova.
Nesta obra, Paulo Franchetti reúne alguns de seus textos sobre o ensino da literatura, atividade a que se dedicou durante seu percurso como professor no ensino médio e na universidade. Durante esse tempo, Franchetti interrompia as aulas de língua para ler para seus estudantes contos de Machado de Assis, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Ernest Hemingway, crônicas de Rubem Braga, Fernando Sabino e outros textos de vários outros gêneros e escritores. Em todos os casos, o professor priorizava a leitura expressiva, pausada, apenas com observações pontuais sobre vocabulário ou sintaxe ou com repetição de algum trecho que julgava importante. Depois, abria espaço para o comentário e a conversa sobre o lido e o ouvido. Essa leitura em voz alta era o ponto central de qualquer aula dele; até mesmo quando o objeto era um texto crítico. Essa maneira de ensinar literatura despertou no autor reflexões importantes sobre sua atuação em sala de aula como professor: para quem ensinava? E que preparação oferecia àqueles estudantes que seriam professores de ensino médio ou estudantes de pós-graduação? Essas e outras questões são tratadas neste volume, em que o leitor encontrará também uma reflexão sobre a questão da avaliação do mérito nas humanidades e suas consequências para o ensino de literatura e um ponto de vista mais testemunhal de Franchetti, na entrevista que encerra este volume.