As quatro novelas aqui reunidas são ambientadas em Nova York, entre as décadas de 1840 e 1870. São elas: “Falso amanhecer”, a célebre “A solteirona”, “A faísca” e “Dia de Ano-Novo”. Esses textos, gestados no auge do processo criativo da autora, com seus enredos e personagens marcantes, abrem ao leitor uma janela para os códigos e costumes que permeavam a estrutura e o funcionamento da sociedade norte-americana no fim do século XIX.
Edith Wharton (nascida Edith Newbold Jones; Nova York, 24 de janeiro de 1862 – Saint-Brice-sous-Forêt, 11 de agosto de 1937) foi uma escritora norte-americana. Foi a primeira mulher a vencer o Prémio Pulitzer de Ficção, em 1921, pelo romance The Age of Innocence (A Idade da Inocência). Foi também a primeira mulher a receber um doutoramento honoris causa pela Universidade de Yale.
“A linguagem poderia nos ferir se não fôssemos, de alguma forma, seres linguísticos, seres que necessitam da linguagem para existir?” Sensíveis às complexidades e à emergência das discussões sobre a liberdade de expressão e cultura do “cancelamento”, as reflexões que decorrem desta leitura são atuais, necessárias e fecundas. Preocupada com a necessidade de aumentar o poder de ação de dominados e subordinados, a autora problematiza algumas importantes questões que permeiam o debate sobre a criminalização do discurso de ódio.
Teodorico Raposo vive às expensas da tia beata e avarenta, esperando um dia herdar-lhe a fortuna. Dissimulando devoção religiosa, mas sem abrir mão de prazeres mundanos, ele atende ao pedido de Titi e parte em peregrinação pela Terra Santa em busca uma relíquia sagrada. Compõe-se, em paralelo, um divertido afresco da sociedade portuguesa da época, em uma crítica mordaz à hipocrisia e aos excessos da religião.
Na Paris do final do século XIX, acompanhamos uma confraria de jovens idealistas em busca de uma renovação do meio artístico. O protagonista, Claude, é um pintor em busca obsessiva pelo modelo ideal. Ele encarna a determinação daqueles intelectuais combativos, e sua história nos permite testemunhar dramas e desacordos da época que permanecem como pontos sensíveis nos dias atuais.
Quando morre o filósofo louco Quincas Borba, ele deixa ao ingênuo amigo Rubião a totalidade de suas posses, com uma única condição: Rubião deve cuidar de seu cachorro, que também se chama Quincas Borba, e que poderia ter assumido a alma do filósofo morto. Rico, Rubião segue então para o Rio de Janeiro e mergulha em um mundo onde é cada vez mais difícil separar a fantasia da realidade.
Romance de caracteres múltiplos, mas de destino coletivo, esta obra aborda temáticas pouco comuns para sua época – sexualidade, adultério, racismo, prostituição –, para expor os males da promiscuidade da vida de trabalhadores pobres, amontoados em habitações coletivas e submetidos à exploração inescrupulosa. Alegorizando o Brasil do século XIX, Aluísio Azevedo exprime a visão pessimista de sua época, marcada pela concepção determinista do meio físico.