Neste livro, Robson Mendonça Pereira investiga as ações de intervenção na cidade de São Paulo na década de 1910 na administração de Washington Luís (1914-1919), período prolífico de discussões sobre a introdução das concepções da urbanística moderna e da dificuldade de sua difusão por conta da opção formal da elite paulista pelas soluções de inspiração haussmanniana. Washington Luís pode ser considerado uma das poucas personalidades a conseguir metamorfosear o discurso da modernização em ação efetiva sobre o espaço da cidade na Primeira República. Como representante da alta burocracia estatal paulista, inaugurou um estilo de gestão administrativa que aliava a racionalidade técnica aos símbolos de uma modernidade triunfante na passagem da Belle Époque para os anos de 1920.
Robson Mendonça Pereira é graduado, mestre e doutor em História pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de Franca. Atualmente é professor-adjunto na Universidade Estadual de Goiás (UEG), câmpus de Anápolis, onde desenvolve pesquisas na área de história política, com ênfase no estudo dos registros privados e na escrita autobiográfica de políticos intelectuais na Primeira República.
A publicação deste pioneiro Atlas da Imigração Internacional em São Paulo, 1850-1950, coloca nas mãos dos pesquisadores do tema uma ferramenta de trabalho de grande importância. Historiadores, antropólogos, sociólogos, geógrafos, demógrafos, economistas nele encontrarão um amplo mapeamento do cenário populacional paulista a partir da proibição do tráfico negreiro e do começo do fim da escravidão, em 1850. Particularmente, os dados sobre a imigração estrangeira e a distribuição espacial dos imigrantes definem um panorama muito expressivo de uma mudança demográfica, que foi também mudança social, cultural, econômica e política.
Este livro procura identificar o mais profundamente possível a documentação relativa às várias etapas do processo migratório. Tarefa quase sempre bastante difícil, uma vez que os instrumentos de pesquisa disponíveis nas diversas instituições visitadas são, via de regra, incompletos, desatualizados e imprecisos. Se alguns conjuntos documentais eram visivelmente relacionados ao tema, outros, no entanto, foram objeto de intensa consulta, com o fim de detectar seu interesse para a questão da imigração. Isso significou, portanto, que foi preciso requisitar e consultar uma enorme quantidade de caixas e volumes de documentação, que foram minuciosamente avaliados pela equipe do projeto. Apontamos para a existência de acervos que, de maneira geral, jamais se consultou de modo exaustivo, em busca do imigrante. É o caso, de todos os registros eleitorais da República Velha, através do qual se permite vislumbrar, de maneira bastante instigante, o processo de inserção social do imigrante na comunidade onde veio a residir.
A participação em São Paulo é uma obra pioneira, resultado de anos de trabalhos com temas relativos à participação popular e associativismo desde o começo do processo de democratização. Coordenada pelo sociólogo Leonardo Avritzer, com a colaboração de especialistas de diversas áreas, A participação em São Paulo relaciona os dados da pesquisa sobre o associativismo em São Paulo com análises de temas candentes, como a cultura ambivalente da metrópole, a pluralidade religiosa e a ação dos movimentos sociais na capital. De forma dinâmica, aborda também temas relacionados à participação popular no âmbito do planejamento urbano, constituição de novas políticas democráticas, a institucionalização dos conselhos municipais de políticas públicas e o Orçamento Participativo.
Este livro aborda momentos cruciais da história da capitania de São Paulo, como os períodos em que esta se chamava capitania de São Vicente e pertencia a donatários; o das Minas de Ouro, quando perdeu grande parte de seu território e passou a estar subordinada ao governo do Rio de Janeiro; e a restauração de sua autonomia até o movimento constitucionalista. O resultado não é um simples resumo da historiografia sobre São Paulo. Há dados fornecidos por obras recentes e mesmo por teses universitárias ainda não publicadas, além de intensas pesquisas realizadas em arquivos de São Paulo, Rio de Janeiro e Lisboa. Por isso, temos aqui elementos para o que se poderia considerar uma "história ainda não contada de São Paulo".
Analisar o imaginário europeu na época das grandes navegações. Foi com esse objetivo em mente que Patrícia Seed analisou as cerimônias de posse da terra empreendidas pelos conquistadores espanhóis, portugueses, franceses e ingleses, de 1492 a 1640. O resultado é a reconstrução, por intermédio da antropologia e da crítica literária, das coordenadas gerais de um ideário que acabou por ser também incorporado ao Novo Mundo.