Os textos selecionados e organizados por Reginaldo Mattar Nasser nesta coletânea apresentam novas perspectivas para o debate sobre conflitos internacionais. As múltiplas dimensões do tema são aqui articuladas em eixos temáticos que vão dos Direitos Humanos, passando pelas mudanças ocasionadas pelos atentados de 11 de setembro e culminando nas questões de segurança pública e segurança internacional.
Reginaldo Mattar Nasser é professor do curso de Relações Internacionais da PUC/SP e do Programa San Tiago Dantas de Pós-graduação em Relações Internacionais. É membro da Direção da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI) e desenvolve pesquisa na área de Política Internacional com ênfase em conflitos internacionais, Oriente Médio, África e política externa dos Estados Unidos.
Oriundo de seminário realizado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, este livro traz reflexões sobre as razões que exigem o estudo dos conflitos entre as nações, os critérios teóricos e metodológicos empregados, os paradigmas tradicionalmente usados em segurança internacional e a sua validade no mundo contemporâneo, contribuindo, assim, para o aperfeiçoamento da área no Brasil.
Este volume reúne um arcabouço de pesquisas, estudos e análises que buscam dar conta desse novo cenário. Parte dos textos é sustentada em questões práticas – como legislação e tratados internacionais – com o objetivo de situar o leitor nesse terreno de métodos e operação, com regras e procedimentos predefinidos. Outra parte avança pela trilha das variáveis, apontando aspectos materiais e psicológicos que podem facilitar os objetivos ou colocar tudo a perder.
Mesmo implantando uma ampla liberalização financeira, o Brasil resiste às pressões internacionais para assumir compromissos que tornariam as medidas já adotadas quase definitivas. Este aparente paradoxo é explorado por Neusa Maria Pereira Bojikian, que demonstra – apoiada em vasta documentação e instrumentos de análise – como a "liberalização administrada" se impôs como as opção mais racional para as autoridades nacionais. Acordos comerciais internacionais responde à questão de por que um país que se dispõe a fazer reformas profundas em sua estrutura econômica adota uma postura tida como conservadora no momento de apresentar ofertas concretas nas negociações comerciais internacionais. Percebe-se neste caminho que o Brasil usa as mesmas estratégias e táticas dos principais países desenvolvidos.
As guerras de vingança apresentam desafios analíticos e diplomático-estratégicos para as Relações Internacionais (RI). Certas características atribuídas a essas guerras, como a longa duração das hostilidades e os sentimentos de vingança que animam as partes, podem conformá-las em espécies de “ciclos de vingança”. Nesses ciclos, as sociedades em guerra buscam vingar as mortes ou injúrias infligidas reciprocamente e acabam por estender a duração do conflito, inibindo as possibilidades de solução pacífica das suas controvérsias. O exame das guerras de vingança se faz oportuno em um contexto internacional marcado por guerras e conflitos armados que escapam aos conceitos e teorias clássicas das RI – ou não se deixam explicar por eles.
A atual crise financeira internacional (2008-2009) pode ter desfecho menos dramático em relação ao da grande depressão de 1930, cuja solução definitiva foi o choque de demanda imprimido pela Segunda Guerra Mundial? Qual é o vínculo entre o desmonte das previdências públicas e a longa duração do colapso? O "Novo Brasil" resistiria a uma onda especulativa contra o real? Que cicatrizes este período deixará na economia e liderança dos Estados Unidos?