Um desafio para as políticas públicas
Este livro foi concebido com base na produção do Centro de Estudos e Mapeamento da Exclusão Social para as Políticas Públicas (Cemespp) da Unesp de Presidente Prudente. A primeira parte tem como fio condutor a elaboração do conceito de exclusão dentro da realidade urbana brasileira, em que desigualdade e pobreza articulam-se e limitam as possibilidades de inclusão social. Na segunda parte, os pesquisadores abordam diferentes aspectos da construção de indicadores sociais, suas formas de representação e as particularidades da natureza da exclusão social no espaço urbano brasileiro metropolitano.
Everaldo Santos Melazzo é economista, doutor em Geografia pela Unesp e mestre em planejamento urbano e regional pela UFRJ. Atualmente é professor da Unesp, câmpus de Presidente Prudente, SP.
Raul Borges Guimarães possui graduação em Geografia - Licenciatura e Bacharelado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1985), mestrado em Geografia Humana pela Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP (1994), doutorado em Geografia (Geografia Humana) pela mesma faculdade em 2000 e livre docência pela Faculdade de Saúde Pública da USP em 2008. Desenvolveu dois programas de pós-doutorado: em 2001, no Laboratório de Planejamento Urbano e Cidades Saudáveis da Universidade do Oeste da Inglaterra (UWE), em Bristol (Reino Unido); em 2009, no Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Atualmente é professor adjunto do Departamento de Geografia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, campus de Presidente Prudente. Coordena o Laboratório de Biogeografia e Geografia da Saúde (Centro de Estudos do Trabalho, Ambiente e Saúde - CETAS). Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia da Saúde, atuando também nos seguintes temas: geografia regional e urbana, política pública e cartografia temática.
Raul Borges Guimarães produziu esta obra pensando principalmente nos estudantes de geografia que estão em busca de informações sobre biogeografia e geografia da saúde. Mas o autor ressalva que o livro também se dirige aos profissionais de saúde que identificam essa subdisciplina como uma alternativa para enriquecer a abordagem social e ambiental dos problemas de saúde. Com tal objetivo, ele procurasintetizar os questionamentos que levanta em especialem sua dissertação de mestrado, tese de doutorado e tesede livre-docência.
Resultado de 20 anos de estudos geográficos no campo da saúde coletiva, a obra remete à formação inicial do autor na área de saúde coletiva entre 1986 e 1987 no Instituto de Saúde de São Paulo. Naquela época, ele relata, a busca era pela relação entre o espaço geográfico e o processo saúde-doença. Mas os resultados do trabalho o levaram para o estudo dos equipamentos médico-hospitalares e o impacto da inovação tecnológica no trabalho do médico e a perceber, logo em seguida, o poder dos circuitos médico-hospitalares na produção da própria cidade. A constatação o transportou para o estudo da saúde urbana.
Assim, Guimarães partiu “do território para a geografia inscrita no corpo do cidadão brasileiro”, especialmente daquele que vive do trabalho, para contribuir com o entendimento da saúde pública. Ele explica que esse movimento tem como base a renovação da epidemiologia (que busca caracterizar os determinantes sociais e ambientais dos problemas de saúde), a preocupação com o desenvolvimento da promoção de saúde, compreendendo o território como estratégia de ação, e a necessidade de regionalizar o sistema e os serviços e ações de saúde, entre outros fatores ligados à história recente da saúde coletiva.
Esta reunião de artigos de cerca de 40 autores é um convite à reflexão sobre um tema fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas precisas e eficazes: a abordagem integrada das questões urbana e regional. (Co-edição: Anpur - Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional) As discussões sobre a necessidade do estabelecimento de um projeto nacional de desenvolvimento do país, capaz de promover efetivamente as integrações territorial, econômica e social foi a tônica do Seminário Nacional "Regiões e Cidades, Cidades nas Regiões", promovido pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (Anpur), entidade que congrega programas universitários de pós-graduação e entidades brasileiras que desenvolvem ensino e pesquisa no campo dos estudos urbanos e regionais e do planejamento urbano e regional. Este livro publica os textos vinculados ao evento que, realizado em 2001 no Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp), reuniu aproximadamente uma centena de geógrafos, economistas, sociólogos, antropólogos e profissionais de outros campos do conhecimento empenhados no debate de políticas públicas nacionais para a área regional e urbana do Brasil contemporâneo.
Revoluções brasileiras, cuja primeira edição é de 1897, é composto de 18 resumos históricos que começam com a história do Quilombo de Palmares e terminam com a Proclamação da República. Sua visão histórica e seu tom radical dão à obra um lugar particular nos estudos da história e da política desse período.
Inflação, desemprego, delinqüência, saúde, consumo, analfabetismo são expressos por taxas. Os governos, as instituições e as empresas se orientam por diagnósticos que são calcados sobre pesquisas de opinião. Há uma verdadeira rede, que nos envolve a todos e que se alimenta fundamentalmente das estatísticas. Este livro procura desmontar as bases desse imenso edifício, levantando a questão da objetividade e da legitimidade de inúmeras afirmações que assumem foros de verdade.
Livro que leva o título da conferência, seguida de debate, realizada no Instituto Nacional da Pesquisa Agronômica (INRA), pode ser classificado como uma sociologia da produção científica que se vale da teoria dos campos sociais, para discutir questões relevantes. O autor acredita que a luta pela "verdade" científica no interior do campo é um jogo de lucros e perdas e que os "campos científicos" são o espaço de confronto necessário entre duas formas de poder que correspondem a duas espécies de capital científico: o social (ligado à ocupação de posições importantes nas instituições científicas) e o específico (que repousa sobre o reconhecimento pelos pares, também o mais exposto à contestação). Sob sua ótica, essas contradições podem ser ultrapassadas com a sociologia da ciência.