O livro analisa e interpreta algumas cartas de Guy de Maupassant (1850-1893) no conjunto de sua correspondência, constituída de aproximadamente oitocentas unidades escritas entre 1862 e 1891. Desse modo, procura-se focalizar as missivas escolhidas com base em sua estrutura narrativa, sua enunciação, sua função, sua finalidade, elementos esses que transformam a correspondência em uma miríade de textos ecléticos, sendo abordadas também algumas questões teóricas da arte epistolar, contribuindo dessa forma para a elaboração de um discurso crítico no campo da epistolografia, campo em expansão, mas ainda carente de estudos teóricos no Brasil.
Brigitte Hervot possui graduação (1986), mestrado (1993) e doutorado (2007) em Letras pela Unesp, câmpus de Assis. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Línguas Estrangeiras Modernas, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino de línguas estrangeiras, francêsm língua instrumental, ensino da língua francesa com novas tecnologias.
A crítica literária e a lingüística têm nos textos literários um grande desafio. Diversas correntes deixam de lado o texto propriamente dito e colocam em primeiro plano outras ciências, como a sociologia, a história e a psicologia. Lingüista da Universidade de Reims, França, o autor valoriza o papel do leitor como receptor. Entende, portanto, o ato da leitura como um momento em que o prazer estético, obtido pelas relações entre forma e conteúdo, transporta o fruidor a uma outra realidade, criada pelo poder da palavra.
Os sistemas clássicos limitavam-se geralmente a registrar a dicotomia artificial das artes do espaço e das artes do tempo. A classificação tradicional das artes opõe as três artes plásticas (arquitetura, pintura e escultura) às três artes rítmicas (dança, música e poesia). Uma das grandes descobertas de Etienne Souriau, segundo Huisman, consistiu na crítica da oposição entre o plástico e o rítmico. Com efeito, ele mostrou como as artes plásticas comportam igualmente um tempo essencial, como as artes ditas do tempo, e que as artes rítmicas são tão espaciais como as ditas do espaço.
A cadeia secreta reúne sete ensaios que discutem o nascimento e a consolidação de um dos gêneros centrais do século XVIII: o romance filosófico, por meio de seu principal representante, Denis Diderot (1713-1784). Com domínio absoluto do tema e rara clareza de quem adere inteiramente a seu objeto, Franklin de Mattos mostra-nos de que maneira obras como Jacques, o fatalista, A religiosa, O sobrinho de Rameau e As joias indiscretas transitam de maneira inteiramente inovadora entre a literatura e a filosofia.
O leitor deste volume certamente concordará com João Cabral, que admirava a produção poética e crítica de Antonio Carlos Secchin. "Papéis de prosa" reúne discursos acadêmicos, entrevistas, uma reflexão sobre a língua portuguesa e ensaios sobre a literatura brasileira, com destaque à obra de Machado de Assis. As análises percorrem os meandros de cada texto em busca de novas relações simbólicas. Em seu conjunto, são recortes pensados e elaborados por um olhar agudo, e escritos com senso plástico e concisão: faca só lâmina. Para o deleite do leitor, a minuciosa mirada analítica de Secchin é movida por um sopro lírico, tornando esses ensaios uma prosa também poética. Milton Hatoum
Autora de obras de literatura infantil, juvenil e adulta, Ana Maria Machado ganhou recentemente o prêmio Hans Christian Andersen e a láurea de membro da Academia Brasileira de Letras. Obra que reúne dez estudiosos que mergulharam nas diversas facetas da autora, reconhecida pela crítica especializada, por entidades nacionais e internacionais do mundo da literatura, além de ser admirada por seus leitores e pelo papel na formação de leitores críticos.