A Revolução Francesa da historiografia
Neste livro, Peter Burke reconstrói criticamente o movimento intelectual associado à revista francesa Annales. Em linguagem ao mesmo tempo direta e rigorosa, o autor distingue as três principais gerações de historiadores que deram perfil e consistência a esta que é considerada a mais importante força de propulsão da chamada “História Nova” – a de Lucien Febvre e Marc Bloch, a de Fernand Braudel e a de Duby, Le Goff e Le Roy Ladurie –, responsável por uma “revolução” na historiografia. Lançado simultaneamente na Inglaterra e no Brasil, A escola dos Annales preenche uma lacuna em nossa bibliografia histórica, fornecendo ao leitor e ao especialista um material de raro valor e utilidade.
Peter Burke é um historiador inglês nascido em 1937, atualmente professor emérito da Universidade de Cambridge. Durante sua carreira, lecionou em outras instituições de prestígio, como as Universidades de Princeton e Essex; foi ainda professor visitante da Universidade de São Paulo entre 1994 e 1995. Especialista em História Moderna Europeia, é autor de, entre outros títulos, História e teoria social, A arte da conversação, A escrita da história: novas perspectivas, O que é história do conhecimento? e Testemunha ocular: o uso de imagens como evidência histórica – também editados pela Editora Unesp.
Os textos que compõem Línguas e jargões estudam as línguas semiprivadas, dialetos ou jargões desenvolvidos por diferentes grupos sociais, analisando suas funções e mudanças através do tempo. Em seu conjunto, estes ensaios constituem contribuição definitiva à história da linguagem e à sociolingüística.
Este volume pioneiro reúne uma equipe internacional de historiadores para apresentar a prática da tradução como uma parte da história cultural. Embora a tradução seja essencial para a transmissão de ideias, sua história tem sido geralmente negligenciada pelos historiadores, que a relegaram a especialistas em literatura e línguas. O livro procura compreender as contribuições da tradução para a difusão de informações na Europa Moderna, concentrando-se na não-ficção: a tradução de livros sobre a Religião, História, Política e especialmente Ciência, ou "Filosofia Natural", como era geralmente conhecida nessa época. Os capítulos tratam de diversas línguas, incluindo latim, grego, russo, turco e chinês. A obra atrairá especialistas e estudantes dos períodos Moderno e posteriores, e historiadores da Ciência e da Religião, bem como qualquer pessoa interessada nos estudos da tradução.
Peter Burke em A arte da conversação oferece uma importante contribuição aos estudos de história social da linguagem, um domínio relativamente novo que vem provocando um vivo debate interdisciplinar. Toma como ponto de partida os trabalhos dos sociolingüistas e procura entender as transformações da língua à luz do estudo da sociedade, tratando a língua como uma parte inseparável da História Social.
Cobrindo o período que vai do século XVI ao século XX, os vários estudos apontam para a perspectiva da linguagem como rica fonte para os historiadores e oferecem significativas sugestões para os lingüistas. Mostram como numerosas batalhas foram travadas não apenas na linguagem, mas também sobre a linguagem. E, igualmente, indicam como a história das revoluções, das profissões, das nações, das revoluções entre os sexos é inseparável do papel da linguagem em definir, sistematizar, unificar e dividir.
Chamado diversas vezes de "monumento nacional" e considerado pelo modernista Oswald de Andrade "nosso escritor totêmico", Gilberto Freyre é mostrado neste livro como um rompedor de tabus, dono de um estilo coloquial que ofendeu alguns de seus primeiros leitores no início da década de 1930. Essencial para seu projeto era o foco no cotidiano, que incluía o estudo de culinária, vestimentas, habitação, corpo, pessoas comuns, objetos modestos e detalhes triviais. Ele era ainda surpreendetemente avançado em alguns aspectos. Nos anos 1920, já expressava preocupação com a devastação das florestas e, na década de 1930, promoveu estudos afro-brasileiros. Interessava-se por medicina alternativa e escreveu sobre a história do corpo, da sexualidade e até dos cheiros. Além disso, ao contrário de alguns de seus contemporâneos, movia-se com facilidade entre os mundos da "alta" cultura e da cultura "popular".