1950-1979
Esta coletânea reúne 146 textos, produzidos entre os anos de 1920 e 1970, que expõem traços decisivos da trajetória intelectual percorrida por Sérgio Buarque de Holanda. Os escritos apresentam um cronista arguto, com uma variedade temática que vai das resenhas literárias às detalhadas pesquisas historiográficas, da especificidade da colonização brasileira aos problemas da democracia mundial. Dentre esses escritos nunca reunidos em livro, o leitor terá acesso às traduções dos “artigos alemães”, inéditos em português, e às primeiras versões de textos clássicos, posteriormente adaptados e incorporados a Raízes do Brasil, Caminhos e fronteiras e Visão do paraíso. Obra essencial para se conhecer melhor um dos principais pensadores desse país.
Autor de 2 livros disponíveis em nosso catálogo.
Marcos Costa é historiador, mestre e doutor em História pela Unesp.
Esta coletânea reúne 146 textos, produzidos entre os anos de 1920 e 1970, que expõem traços decisivos da trajetória intelectual percorrida por Sérgio Buarque de Holanda. Os escritos apresentam um cronista arguto, com uma variedade temática que vai das resenhas literárias às detalhadas pesquisas historiográficas, da especificidade da colonização brasileira aos problemas da democracia mundial. Dentre esses escritos nunca reunidos em livro, o leitor terá acesso às traduções dos “artigos alemães”, inéditos em português, e às primeiras versões de textos clássicos, posteriormente adaptados e incorporados a Raízes do Brasil, Caminhos e fronteiras e Visão do paraíso. Obra essencial para se conhecer melhor um dos principais pensadores desse país.
Desde o século XIX, com o célebre detetive Auguste Dupin, de Edgar Allan Poe, e a extensa cadeia de personagens e narrativas de mistério que em maior ou menor medida descenderam dali – passamos, nesse prolífico percurso, por Conan Doyle, Agatha Christie, Raymond Chandler, só para citar alguns autores –, o gênero policial foi se consolidando e, enquanto expandia progressivamente seu público, matizava-se e assumia novas formas.
Este estudo, fruto de longa pesquisa a partir dos livros mais vendidos no Brasil no início do século XXI, debruça-se sobre o romance policial “místico-religioso”, subgênero definido por Fernanda Massi que se distancia um pouco das características tradicionais do romance policial: nessas tramas, o crime se conecta a um segredo ligado a um núcleo místico-religioso, em geral protegido por uma sociedade fechada e secreta às voltas com o que ela supõe ser um inimigo ameaçador. O repórter/investigador (que em tais obras nunca é chamado de detetive) busca uma verdade que supera a identificação do criminoso, tendo como alvo principal o segredo motivador dos crimes. Outra característica singular é a tentativa, quase frequente, de desmoralização da Igreja Católica. Isto ocorre através da oposição /ocultação/ vs. /revelação/ de um segredo, fazendo que esse subgênero tenha grande sucesso de público, uma vez que promete revelações surpreendentes sobre essa poderosa instituição.
No cenário dos estudos de literatura, há valores ilusoriamente considerados bem assentados, como o que demarca as fronteiras entre os gêneros literários e os não literários, com atribuição de menoridade a alguns desses textos e consequente possibilidade de descartá-los de uma análise histórico-literária. Rever tais valores significa recuperar autores "menores", às vezes assim rotulados pela arbitrariedade de condicionamentos acadêmicos. Entre os escritores brasileiros do século XIX que merecem um exame desarmado, que possa iluminar os contornos de uma figura realmente importante para o seu tempo, eleva-se sem dúvida o Visconde de Taunay. Neste livro, a obra de Taunay é lida sob o signo da experiência marcante da guerra contra o Paraguai, que determinaria também a atenção sempre vigilante do escritor sobre outros acontecimentos históricos que viveu.
Este livro parte do registro das impressões de viajantes estrangeiros e das classes subalternas para traçar um panorama das práticas e dos mecanismo de luta social no Brasil do século XIX. Nesse período, segundo o autor, essas classes não haviam ainda incorporado a noção de propriedade e a ética do trabalho capitalista e expressavam, em suas manifestações culturais, geralmente criticas e bem-humoradas, os primeiros sinais populares de busca de cidadania no país.
A arte de pagar suas dívidas e satisfazer seus credores sem desembolsar um tostão é um título que já resume, de certa forma, esta peculiar obra. Datada de 1827 e publicada em Paris, seu autor é considerado Émile Marc Hilaire, que em seu tempo foi responsável por escrever uma série de “guias” como este (A arte de nunca almoçar sozinho e sempre jantar na casa dos outros, A arte de fumar e apreciar rapé sem desagradar as belas, ou A arte de colocar sua gravata), direcionados à elite da época e publicados por Honoré de Balzac (que provavelmente foi o verdadeiro autor dessas obras). Nesta obra são apresentadas em dez lições (e uma conclusão), com uma série de artifícios para o devedor ganhar a confiança do seu credor. Ao contrário do que o supostamente óbvio título indica, esta obra se configura mais como uma sátira que um guia. Com uma linguagem sarcástica, são apresentadas as facetas da vida econômica e social da França do século XIX, levando o leitor atual a descobrir este tempo por meio de uma leitura incomum.