Nesta obra, o intelectual britânico reafirma a radicalidade da sua crítica cultural – e social. Revela, ainda, uma inquietante preocupação com a relação ambivalente entre política revolucionária socialista e vanguarda artística. O teórico investiga as raízes do modernismo e o contextualiza não só nas profundas transformações sociais da época, mas também nas relações de produção das quais participavam seus artistas expoentes nos centros de dominação metropolitana.
Raymond Williams (1921-1988) foi um teórico e crítico cultural que lecionou na Universidade de Cambridge. Escreveu sobre política, cultura, mídia e literatura, bem como roteiros e romances. De sua obra, a Editora Unesp já publicou Política do modernismo (2011), Cultura e materialismo (2011), A política e as letras (2013), A produção social da escrita (2014) e Recursos da esperança (2015).
O conjunto de entrevistas reunidas em A política e as letras apresenta ao leitor um Raymond Williams pouco conhecido do público brasileiro. Gestado com o intuito de discutir sistematicamente o pensamento do intelectual britânico, este livro propõe uma rara reflexão biográfica em que trajetória pessoal e reconstruções teóricas se conformam em um instigante debate sobre a própria atividade intelectual.
A produção social da escrita reúne quase duas décadas de reflexões de Williams, coligindo palestras e ensaios realizados entre 1964 e 1983. Seus trabalhos examinam estilos literários e autores específicos: a forma dramática e a linguagem de Racine e Shakespeare; a ficção inglesa em 1848; David Hume, Charles Dickens e a transformação da prosa inglesa. O volume inclui, ainda, ensaios sobre a tradição dos estudos literários em Cambridge e sobre o papel da região e da classe no romance.
Esta coletânea reúne catorze textos de um dos mais notáveis pensadores do século XX. Escritos durante pouco mais de vinte anos de produção, entre 1958 e 1980, estes ensaios conformam uma abrangente introdução ao trabalho de Raymond Williams, bem como apresentam para estudiosos as bases de suas principais formulações.
Um dos principais méritos da coletânea Recursos da esperança é cobrir o período mais intenso da produção de Raymond Williams, reunindo palestras e textos veiculados entre as décadas de 1950 e 1980. Dividida em sete partes, a obra apresenta as preocupações fundamentais do intelectual britânico, sempre marcadas pelo vínculo inquebrantável entre cultura e política.
Nesta obra, são exploradas facetas das relações culturais entre Brasil e Estado Unidos sobre as naturezas das iniciativas dos Estados Unidos dirigidas ao meio artístico brasileiro nas décadas de 1960 e 1970. A autora parte do princípio de que havia uma distância entre a realidade, os silêncios tácitos e os objetivos camuflados. O livro está organizado em quatro capítulos: no primeiro, recupera-se brevemente o percurso histórico e bibliográfico sobre a aproximação dos Estados Unidos em relação ao Brasil no campo das artes, assim como se discute o conceito de “políticas de atração”; no segundo capítulo é examinada a conexão entre mostras circulantes promovidas pelo Museum of Modern Art (MoMA) e as “políticas de atração”; o terceiro capítulo é dedicado observar o envolvimento de instituições com as “políticas de atração”, com destaque para o Instituto Brasil-Estados Unidos do Rio de Janeiro (Ibeu RJ); e por fim, são examinadas as relações do Itamaraty com as “políticas de atração” por meio de um estudo de caso: a recuperação da história do Brazilian-American Cultural Institute (BACI), fundado oficialmente em 1964. A hipótese com a qual se trabalha é que “políticas de atração” e ações promovidas pela ditadura militar para o campo artístico não estão necessariamente relacionadas entre si, embora haja convergência de interesses em algumas conjunturas específicas. Desse modo, a instrumentalização da arte e da cultura durante o governo militar foi discutida aqui a partir de casos particulares e de ações específicas, e muitas das análises mais gerais sobre as atividades da diplomacia cultural brasileira durante a Guerra Fria e em relação à ditadura militar permanecem abertas.