Entre os anos de 1926 e 1934, a Nicarágua sofreu com a invasão de fuzileiros navais norte-americanos, gerando um conturbado momento político para o pequeno país. Em resposta, o movimento liderado por Augusto César Sandino buscou garantir a resistência local. Assim, usando este evento histórico como amostra para discutir questões como o neocolonialismo na América, a imprensa brasileira e os movimentos populares, o autor Raphael Nunes Nicoletti Sebrian estuda como esses acontecimentos repercutiram na mídia do Brasil. Através da análise de cinco periódicos da época: O Estado de S. Paulo, Correio da Manhã, Folha da Manhã, Folha da Noite e O Tempo, a obra analisa a forma como o movimento sandinista esteve presente na imprensa nacional, revelando um curioso resultado: estes grandes veículos de comunicação, conservadores e admiradores dos EUA, não apenas cobriram ostensivamente o movimento, como criticaram a atitude intervencionista dos americanos. Ao longo dessa análise, o livro também conta a própria história de Sandino e da Nicarágua, indo até a sua influência em outro movimento do país: a Revolução Sandinista nos anos 1970. Por isso, além de trazer uma importante pesquisa, a obra de Raphael Nunes avalia, de um modo crítico, o imperialismo e os conflitos na América Latina.
Raphael Nunes Nicoletti Sebrian é graduado e mestre em História pela Unesp, campus de Assis, e doutorando do Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade de São Paulo, dedicando-se ao estudo de intelectuais e revistas culturais na Argentina. Docente e pesquisador da área de História da América na Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG).
No início do século XX, a zona Araraquarense (atual Noroeste Paulista) passou por um grande desenvolvimento econômico, cultural e social, em virtude do fluxo de imigrações, o que mudou em pouco tempo os padrões daquela sociedade. Em meio a esse turbilhão, passaram a circular diversos jornais produzidos regionalmente, que retrataram todas as novidades desse período e os estilos de vida que emergiam. Com base nesses textos antigos, duas importantes temáticas foram pesquisadas e tratadas nesta obra: a contraditória apropriação feminina dos espaços públicos, que naqueles tempos ganhava grande publicidade, e a preservação da educação, assistência e ordenação das crianças do sertão.
O lançamento do romance O primo Basílio, de Eça de Queirós, constituiu um verdadeiro fato histórico, no Brasil de fins do século XIX. Despertou, especialmente na capital do Império, um debate acalorado, do qual participaram vários escritores de peso, entre os quais Machado de Assis. Este livro examina as leituras críticas da obra, publicadas na imprensa brasileira logo após seu aparecimento, definindo as perspectivas estéticas vigentes na cultura letrada e fazendo uma edição critica dos documentos da época. Procura reconstruir a maneira como o debate ocorreu, como se processou a interlocução e como os argumentos se responderam mutuamente, já que os críticos, além de interpretar o romance, buscavam rebater os pontos de vista de seus opositores.
Este livro reúne os resultados de uma pesquisa cujo objetivo principal é examinar as razões estruturais pelas quais o Brasil esteve submetido a um crescimento econômico medíocre desde a abertura econômica concretizada a partir do final dos anos 1980. Seus autores tentam identificar os "gargalos" a ser superados, para que o país retome um padrão de desenvolvimento compatível com o alívio de suas tensões sociais, neste novo século. Assim, em seu conjunto, os textos aqui apresentados procuram contribuir para a busca de um diagnóstico mais claro e para a indicação de alguns caminhos e impasses, no enfrentamento desses desafios.
Este livro investiga a relação entre intelectuais lusos e a cultura nacional, com destaque para os nomes de Jorge de Sena, Sidónio Muralha, Adolso Casais Monteiro, Agostinho da Silva, Eudoro de Sousa, Ferreira de Castro, Manuel Rodrigues Lapa e Vitorino Nemésio.
Analisar o imaginário europeu na época das grandes navegações. Foi com esse objetivo em mente que Patrícia Seed analisou as cerimônias de posse da terra empreendidas pelos conquistadores espanhóis, portugueses, franceses e ingleses, de 1492 a 1640. O resultado é a reconstrução, por intermédio da antropologia e da crítica literária, das coordenadas gerais de um ideário que acabou por ser também incorporado ao Novo Mundo.