O urbanismo português reflete a história do urbanismo europeu e, ao mesmo tempo, afirma sua especificidade por suas características de forma e de processos que são eminentemente portugueses. Ele é o resultado de múltiplas experiências, processos de troca e influências recíprocas levados a cabo em Portugal, no Brasil, na África, no Índico e no Oriente, em que participaram populações e técnicos de várias origens. O Brasil desempenhou um papel importante na inovação de formas e de processos que deles resultaram e que vieram a fazer parte integrante de sua cultura urbana. A cidade atual tende a se descaracterizar. As relações da forma urbana com as questões defensivas, religiosas e irrelevantes, e mesmo a relação da forma urbana com as características físicas de seus locais de implantação tende a ser menosprezada. Essa falta de condicionantes ou de referências resultou na desarticulação do desenho da cidade.
Manuel C. Teixeira é professor catedrático da Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa e pesquisador do Centro de Estudos Urbanos. Tem se dedicado ao estudo da história e das morfologias urbanas, particularmente das cidades de origem portuguesa no mundo, tendo coordenado vários projetos de pesquisa e publicado livros sobre o tema. É coordenador do Arquivo Digital de Cartografi\a Urbana e dos Atlas do Patrimônio Construído de Origem Portuguesa.
Este livro analisa uma parte da história do Jardim América, que se inicia com o primeiro projeto proposto pelo escritório dos urbanistas Raymond Unwin e Barry Parker na Inglaterra e vai até o processo de seu tombamento como patrimônio paisagístico na cidade de São Paulo.
Em São Paulo, o aumento demográfico no século XVIII provocou a ocupação de novas porções do território, ampliando o espaço agrícola e empurrando progressivamente as fronteiras mais para o Oeste e para o Sul. Por trás desse aumento populacional, estava uma política colonial de povoamento, iniciada com a Restauração administrativa da Capitania de São Paulo, em 1765. Neste livro, Paulo Eduardo Teixeira elegeu a região de Campinas como lócus para seu estudo sobre a dinâmica demográfica em São Paulo, apontando as variáveis que interferiram e definiram a sociedade paulista no passado. A escolha desse município não foi aleatória. Ao longo de sua trajetória acadêmica, o autor dedicou parte de seus estudos a esse pequeno bairro da vila de Jundiaí que, no despontar do século XIX, tornou-se uma vila que atraiu os olhares de inúmeros migrantes. Tal conhecimento o aproximou das questões demográficas e, assim, Teixeira vislumbrou a oportunidade de estabelecer um diálogo profícuo sobre os sistemas demográficos no Brasil, principalmente porque para áreas de plantations isso ainda não foi realizado.
Tem como proposta derrubar a ideia de um pensamento único na área de urbanismo no Brasil. Obra fundamental para urbanistas, pesquisadores e pensadores do espaço urbano, revela que o desejo e trabalho para construir a "cidade global" estão diretamente vinculados ao intuito de esconder os próprios defeitos, mazelas, sujeira e injustiças.
Com base numa concepção integradora, os autores optam por focalizar a nova des-ordem mundial a partir de suas múltiplas dimensões enfatizadas em partes distintas ao longo do texto: econômica, política, cultural e ambiental, concluindo com uma proposta de regionalização do espaço mundial contemporâneo. Tudo isto sob a indispensável ligação com a história, pois, tal como afirmava o geógrafo e anarquista Élisee Reclus, "a Geografia não é outra coisa senão a História no espaço, assim como a História é a Geografia no tempo".
Neste livro os autores, com a ajuda de princípios termodinâmicos associados ao processo de transformação da energia, apresentam a questão energética em uma perspectiva de uso cotidiano, explorando diferentes fontes naturais, da produção, do condicionamento e da distribuição que a tornam acessível ao consumo. Trata-se da capacidade transformadora engendrada pela tecnologia, o que remete a uma nova ordem científico-tecnológica. Como afirma Irlan von Lisingen no Prefácio, "... neste livro há uma convergência marcante com o enfoque educacional CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade), no que diz respeito aos objetivos de formação da capacidade crítica e criativa, com vistas à transmissão de poder social ao público em geral".