Neste livro, Thiago Alves Valente faz um percurso panorâmico e histórico da fortuna crítica de A chave do tamanho, de Monteiro Lobato, configurando um quadro por cujas lacunas pretende caminhar. Ao organizar os vários estudos críticos por eixos temáticos (ideologia, pensamento filosófico, cientificismo, questões estéticas), o autor constata que há a "necessidade de empreender uma análise textual em que os elementos estruturais da narrativa possam ser compreendidos sem sua funcionalidade na construção da obra". Com esse intuito, Valente realiza um confronto entre as modificações feitas por Monteiro Lobato nas várias edições do livro para, em seguida, apresentar com rara originalidade sua crítica desse texto lobatiano, comprovando, por meio de elementos que estruturam a narrativa, de que modo os temas centrais da obra de Lobato estão articulados na criação literária.
É doutorado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Assis, área de "Literatura e vida social", e atua como professor--adjunto no curso de Letras da da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp), campus de Cornélio Procópio.
Marisa Lajolo é professora da Unicamp e da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Publicou várias obras sobre leitura no Brasil. Coordenou o projeto temático que trabalhou com a documentação lobatiana depositada na Unicamp. Em parceria com João Luís Ceccantini, organizou a obra 'Monteiro Lobato, livro a livro: Obra infantil', eleita pelo Prêmio Jabuti o melhor livro de 2009 na categoria não ficção.
Escrito a muitas mãos por professores e pesquisadores de diferentes instituições brasileiras, este livrose ocupa do inventor do Sítio do Picapau Amarelo. Precedido de discussões breves sobre linguagem, imagens, ilustrações e práticas editoriais do escritor, cada capítulo dedica-se a um título de sua produção infantil.
Além de permitir sempre um novo olhar sobre a expressividade e o significado de cada livro de Monteiro Lobato direcionado às crianças brasileiras, uma das novidades desta coletânea é apresentar o percurso cumprido obra a obra, empreendendo uma visita à oficina do autor e buscando recuperar a forma com que ele se dedicava a reescrever seus textos, promovendo numerosas alterações e renovando, a cada edição, o pacto estabelecido com seus leitores.
Este livro volta-se ao público com uma provocação: o que é a literatura? A pergunta aparentemente simples guarda inúmeras armadilhas. Quais os limites da literatura? Quais são os seus tipos, suas modalidades, seus gêneros? E, mais que isso: como a ideia do que é literatura se alterou com o tempo? Para todas as idades, este texto, por seu tom saborosamente literário, acaba ele mesmo sendo objeto entre os territórios investigados em suas páginas.
Marisa Lajolo e Regina Zilberman apresentam aqui um traçado consistente do nascimento, da consolidação e das transformações das práticas de leitura da sociedade brasileira, sem ignorar o fato de que cada época, cada obra e cada autor trazem consigo características próprias. Por esse viés, acompanhamos, fascinados, o amadurecimento do leitor – o que, por consequência, também nos esclarece sobre as conexões intrínsecas entre o universo fantasioso (e fantástico) da literatura e o mundo social em que habitamos.
Estudo básico sobre Cláudio Manuel da Costa. O autor elabora uma avaliação precisa do contexto literário arcádico no país e uma análise original da obra do poeta mineiro.
O autor mergulha no clássico Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust, para mostrar os mecanismos lingüísticos que relacionam o discurso verbal ao plástico, chegando a concepções sobre o pensamento estético de Proust, que podem ser ampliadas para o questionamento sobre a atividade artística, em suas mais variadas formas de expressão. Realiza um paralelismo entre diferentes sistemas lingüísticos, especialmente entre literatura e pintura, gerando uma ampla discussão sobre os elementos fundamentais proustianos. Mostra como o discurso se vale da palavra para romper os limites do dizível e permite uma visão da capacidade de Proust de entrelaçar intelectualismo e impressionismo, o que lhe possibilitou atingir os mais delicados matizes em sua reprodução de estados sensoriais e espirituais.