Do carnaval na procissão ao teatro no círio
Festa de negro em devoção de branco: do carnaval na procissão ao teatro no círio demonstra, alicerçado em uma minuciosa pesquisa histórica, como a cultura africana, levada a Portugal pelos negros escravos, influenciou e foi influenciada no contato com a cultura católica lusitana. José Ramos Tinhorão nos mostra como esse encontro de diferentes, ainda que pautado em interesses políticos e religiosos, resultou na expressão de uma nova identidade cultural – uma festa de iguais.
José Ramos, conhecido pelo seu nome de autor, José Ramos Tinhorão, nasceu em Santos (SP), em 1928, e foi criado no Rio de Janeiro desde a primeira infância até 1968, quando mudou para São Paulo contratado pela revista Veja, em preparação. Com larga carreira como jornalista no Rio (Diário Carioca, Jornal do Brasil, Correio da Manhã, O Jornal, Última Hora, colaborações para Revista Senhor, semanário O Pasquim, entre outros, além de passagens pelas televisões Excelsior, Rio e Globo), iniciou carreira de pesquisador de música popular e de história literária no Brasil. Após estrear como autor em 1966 com dois livros (Música popular – Um tema em debate e A província e o naturalismo), aprofundou a pesquisa em torno da participação dos negros na música popular, o que o levou a Portugal em 1980, onde publicou, pela Editorial Caminho, em 1988, o livro Negros em Portugal. Passou então a ser editado em Lisboa, no Rio e em São Paulo, atingindo com Festa de negro em devoção de branco o seu 28º título.
O tempo livre é visto hoje como elemento indispensável na busca de melhor qualidade de vida. Isso nos permite afirmar que as atividades que o preenchem e as formas de desfrutá-lo constituem via de acesso privilegiada para a compreensão e dinâmica cultural e dos valores sociais contemporâneos. Valendo-se dessa percepção, Magnani desenvolveu uma das primeiras pesquisas etnográficas realizadas no Brasil sobre as modalidades de entretenimento e suas relações com a rede de lazer.
O objetivo do historiador francês Georges Minois é reencontrar as maneiras como o ser humano utilizou o riso ao longo da História. O humor, para o autor, é, portanto, um fenômeno que pode esclarecer, em parte, a evolução humana. O riso é uma das respostas fundamentais do ser humano perante o dilema da existência. Verificar como ele foi e é utilizado ao longo da História constitui o objetivo deste livro. Exaltar o riso ou condená-lo, para o autor, revela a mentalidade de uma época e sugere uma visão de mundo, podendo contribuir para esclarecer a própria evolução humana.
Um livro que sobrepuja a história dos índios e suas relações com o Estado. Além de colocar os xavante no foco dos embates políticos e disputas ideológicas que atravessaram o período entre o Estado Novo a Constituição de 1988, o livro enfoca a luta desses índios que clamam pelo direito de possuir a terra e de permanecer xavante.
Data de muito tempo no Brasil o início do registro de cenas em película. No entanto, embora tenha havido iniciativas de grande envergadura na área cinematográfica, tais experiências naufragaram em maior ou menor grau entre 1930 e 1966 (ano da criação do Instituto Nacional de Cinema), período investigado mais detalhadamente pelo presente estudo. Em busca de compreender por que o cinema não se desenvolveu aqui na mesma proporção de outros países, a autora recolhe e analisa, a partir dos vestígios desses naufrágios, elementos reveladores e surpreendentes da trajetória da sétima arte em nosso país, na qual o Estado esteve intimamente imbricado. O objetivo do livro não é retraçar a relação entre Estado e cinema no Brasil até o momento presente, mas sim identificar e comparar tal relação em dois momentos políticos distintos, o regime autoritário e a democracia. São trabalhados em detalhe os aspectos políticos relacionados à economia e à legislação cinematográfica. O leitor interessado em cinema brasileiro encontrará nesta terceira edição ampliada do estudo de Anita Simis profunda reflexão e pesquisa sobre o desenvolvimento pregresso do cinema brasileiro, que são preciosos insumos para a análise do atual momento da nossa indústria cinematográfica.
O volume é uma coletânea contendo textos de Rousseau que dizem respeito diretamente à política e à administração pública. No livro, incluem-se as cartas trocadas entre Rousseau e o conde de Buttafoco, aristocrata e militar que foi adversário político do jovem Napoleão; o texto “Projeto de constituição para a Córsega”, que delineia suas ideias para uma constituição e um plano de governo para o país que então era independente; e “Considerações sobre o governo da Polônia e sua reforma projetada”, que discute uma possível nova constituição para a Polônia, aplicando os princípios elaborados por Rousseau em “Do contrato social” a problemas concretos.