Radicado no Brasil a partir de 1954, Casais Monteiro aqui se estabelece após extensa obra veiculada em Portugal, marcada principalmente por ensaios e críticas literárias. Divulgador de nossa moderna literatura, o intelectual português é apresentado por um conjunto de textos – alguns deles inéditos – selecionados que procuram contemplar seu multifacetado campo de atuação e registrar suas relações com os escritores brasileiros.
Adolfo Casais Monteiro (1908-1972) poeta, crítico e ensaísta português foi um dos grandes intérpretes da obra de Fernando Pessoa. Integrado à direção da revista coimbrã Presença inicia em 1931 um vivo intercâmbio com escritores brasileiros e escreve sucessivamente ensaios dedicados a Ribeiro Couto, Manuel Bandeira e Jorge de Lima. Fixa-se no Brasil ao ser convidado para os Congressos que marcaram o IV Centenário de São Paulo em 1954 como forma de escapar aos constrangimentos que se seguiram à sua prisão em 1937.
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Paul K. Feyerabend, um dos filósofos da ciência mais citados e controvertidos de nosso tempo, completou sua biografia em seu último mês de vida. Em um estilo límpido e vibrante, o autor evoca sua família, a ascensão do nazismo, a Segunda Guerra Mundial e cenas do teatro, da música lírica, dos trabalhos da filosofia da ciência, as mulheres de sua vida e suas relações com alguns dos intelectuais mais importantes deste século: Brecht, Wittgenstein e Popper.
Em entrevista a Jesus de Paula Assis, um dos maiores físicos brasileiros, César Lattes (Curitiba, 1924), descreve sua trajetória, narrando, entre outras coisas, sua participação num dos acontecimentos cruciais da física contemporânea no final dos anos 1940: a detecção e, em seguida, a produção artificial de partículas subatômicas. Lattes, que trabalhou em centros de pesquisa na Inglaterra, nos Estados Unidos e na Itália, fala também de outros grandes físicos com os quais conviveu, como o dinamarquês Niels Bohr, prêmio Nobel de Física por sua teoria sobre a estrutura do átomo. Abre o volume um artigo do próprio Lattes intitulado "Meu trabalho em física de mésons com emulsões nucleares", que trata da descoberta que lhe valeu o reconhecimento internacional.
Muito mais do que um internacionalista, Leandro Konder é um dos poucos marxistas universais que temos no Brasil. Raros são os temas, com profundo conhecimento de causa, que ele não abordou em seus mais de quarenta anos de intensa atividade intelectual e mlitante. Da literatura à filosofia, da política concreta às grandes metas de uma radical transformação social, ele é parte também dos embates que a esquerda travou nesse período. Este balanço/homenagem que diversos intelectuais fazem de sua obra é um claro desmentido aos teóricos apressados, tão em moda há algum tempo, que advogam, de maneira rasa, o fim da história e a morte do marxismo.
O estudioso francês trata de diversos temas; desde a religião até os possíveis prognósticos para o futuro da humanidade. De modo geral, a entrevista concedida a Edmond Blattchen no programa Rádiotelevisão belga RTBF Liège, é um apanhado rápido sobre as ideias centrais de Morin, tal como ele as apresenta em seus últimos livros.
Com o presente volume, que inaugura a série de inéditos em prosa de Euclides da Cunha, os leitores terão acesso a um número significativo de ensaios do autor, cuja produção se inicia em 1883, quando ele tinha apenas 17 anos, e termina em 1909, ano de sua morte. Trata-se de um total de 31 composições de Euclides que, em seu conjunto, reforçam a vertente ensaística de sua admirável escritura e que ficou consolidada definitivamente em Os sertões.