A correspondência entre Walter Benjamin e Theodor Adorno, que a Editora Unesp publica, em sua totalidade, pela primeira vez em português, insere-se entre os textos mais importantes produzidos durante o período de maior barbárie do século 20 – os anos de ascensão do nazismo. Fundamental para a compreensão do trabalho desses dois pensadores seminais, as cartas revelam a amizade, a parceria e a afinidade intelectual ímpar que eles cultivaram por quase 20 anos.
Theodor W. Adorno (1903-1969) foi um filósofo alemão e um dos principais teóricos da cultura. Fez parte da corrente conhecida como Escola de Frankfurt, ao lado de Max Horkheimer, Walter Benjamin e Jürgen Habermas.
Marxista, mas também adepto das ideias do místico judaico Gershom Scholem, Walter Bejamin combinou ideias aparentemente antagônicas em sua obra, considerada importante contribuição para a teoria estética. Entre as suas obras mais conhecidas, estão A Obra de Arte na Era da Sua Reprodutibilidade Técnica (1936), Teses Sobre o Conceito de História (1940) e a monumental e inacabada Paris, Capital do século XIX.
Último curso ministrado por Theodor W. Adorno, estas lições de Introdução à Sociologia são o registro privilegiado da capacidade do filósofo alemão em expor, para um público amplo de iniciantes, os meandros de sua teoria crítica da sociedade. Nelas, vemos Adorno confrontar-se à tarefa da formação ao mesmo tempo que fornece as principais balizas que nortearam sua prática de sociólogo. O resultado é um documento maior da experiência intelectual adorniana em seu momento de maturidade.
Escrito em um momento decisivo do debate das vanguardas musicais pós-Segunda Guerra, este livro traz uma proposição maior referente à teoria adorniana da arte. Trata-se da defesa de que a modernidade das obras não está necessariamente vinculada à modernidade dos materiais. Assim, Berg, o compositor pretensamente mais regressivo da Segunda Escola de Viena, pode aparecer como nome fundamental para a compreensão dos problemas que continuam a animar a composição musical.
O que as colunas de astrologia realmente dizem? Adorno mobiliza crítica social e psicanálise freudiana a fim de expor como a ideologia do capitalismo tardio tem a força insidiosa de configurar até mesmo o que dizem os astros.
Escrito originalmente como tese de doutorado na década de 1920, o livro de Adorno sobre Kierkegaard consistiu em um trabalho pioneiro de análise crítica e marxista da cultura. Sobre esta obra, Walter Benjamin escreveu: “pertence à classe de raros e peculiares primeiros trabalhos que revelam um pensamento vigoroso para apreciação da crítica”. O livro traz, ainda, dois outros ensaios de Adorno sobre o filósofo, produzidos em distintos contextos. Na década de 1940, ele se debruça sobre os discursos religiosos kierkegaardianos; e, vinte anos mais tarde, concentra-se nos abusos cometidos contra a obra do pensador dinamarquês, ressaltando seu lado não conformista, crítico e de certo modo profético. Nestes três textos, Adorno revela parte do desenvolvimento de sua produção, bem como abre novas perspectivas para a compreensão da obra de Kierkegaard.
A relação entre Adorno e a psicanálise sempre foi um eixo maior de sua experiência intelectual. Sua perspectiva materialista e suas estratégias de crítica social são incompreensíveis se não levarmos em conta o que Freud lhe revelou a respeito da gênese do Eu e da estrutura pulsional da vida social. Neste volume, o leitor encontrará os textos de Adorno dedicados à construção de uma crítica social psicanaliticamente orientada. Em vários momentos, um modelo de crítica da razão como análise de patologias sociais se apresenta para permitir a compreensão mais precisa de fenômenos como o fascismo, a personalidade autoritária e os impactos psíquicos do capitalismo.