Moradores de favela, traficantes de droga e violência policial no Rio de Janeiro
Em Vivendo no fogo cruzado, Maria Helena Moreira Alves e Philip Evanson se lançam a uma pesquisa de campo para colher testemunhos da nova estratégia de segurança pública no Rio de Janeiro. Entrevistam mães de filhos desaparecidos, líderes de associações de bairro, professoras comunitárias, trabalhadores etc. A seguir, conversam com integrantes das forças policiais e, por fim, com representantes do poder político. O resultado é uma interpretação polifônica e abrangente, reunindo depoimentos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, do governador do Rio, Sérgio Cabral, e de seu secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, entre outros.
Maria Helena Moreira Alves (1944-2015), foi professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). PhD em Ciências Políticas do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e especialista em Direitos Humanos e Política Internacional, também lecionou no Amherst College, na Universidade de Wisconsin (Madison) e na Universidade do Novo México, nos Estados Unidos. Autora de Estado e oposição no Brasil – 1964-1984.
Professor emérito associado do Departamento de História e diretor do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade Temple.
Este livro aborda o tema da imigração italiana em São Paulo, do ponto de vista da inserção dos imigrantes no meio urbano, a fim de entender as práticas sociais que foram postas em ação nos encontros entre eles e a sociedade hospedeira, buscando compreender os caminhos possíveis que esses dois segmentos buscaram estabelecer nos diálogos entre si, por meio de discursos que visavam a fixar novas identidades e, conseqüentemente, a reordenação do social.
Este estudo traça o retrato do movimento operário de Santos, na virada do século, quando se transformou em importante porto e cidade multirracial e multicultural. Trata-se de uma importante contribuição para o melhor conhecimento da história social e política do período.
Xico Graziano e Zander Navarro defendem nesta coletânea de artigos, publicados originalmente em jornais e revistas, que a antiga oposição entre a pequena e a grande produção rural foi reduzida de modo expressivo no Brasil, embora reconheçam a persistência, em especial no semiárido nordestino, da agricultura de subsistência. Para eles, um “novo mundo rural” emergiu de um processo histórico de modernização capitalista que remonta ao século XIX, consolidou-se nas últimas duas décadas e integrou o país definitivamente à economia globalizada, alçando-o à condição de potência agrícola. Há, porém, segundo os autores, uma “dissintonia” entre essa realidade e a visão do país sobre o campo: “Certas análises sobre o desenvolvimento agrário, especialmente aquelas elaboradas por uma parcela dos pesquisadores universitários, resistem à contemporaneidade. Motivadas por um duradouro ranço ideológico, permanecem ancoradas no passado, insistindo em temas e argumentos sem nenhuma aderência à realidade observada no mundo rural”. Para os autores, assim, a “questão agrária” já foi superada no Brasil. Hoje, afirmam, seria mais importante iniciar um processo efetivo de desenvolvimento rural para tornar os “com terra” economicamente viáveis, do que continuar discutindo a reforma agrária, cujo protagonista, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), “perdeu o rumo da História e não representa quase ninguém”. O livro analisa o processo de modernização do campo, vinculando-o a suas origens mais pálidas, a antiga Lei de Terras (1850) e a abolição dos escravos (1888), e também às mais robustas, representadas pela instituição do sistema nacional de crédito rural (décadas de 1960 e 1970), a criação da Embrapa (1973) e a estabilidade econômica conquistada nos anos 1990. Um dos temas mais evocados é a agricultura familiar, que poderia protagonizar um futuro ainda mais promissor para o agronegócio brasileiro, ao lado das grandes propriedades, mas não deslancha por falta de políticas públicas eficientes, de difícil implementação até mesmo po
O tempo livre é visto hoje como elemento indispensável na busca de melhor qualidade de vida. Isso nos permite afirmar que as atividades que o preenchem e as formas de desfrutá-lo constituem via de acesso privilegiada para a compreensão e dinâmica cultural e dos valores sociais contemporâneos. Valendo-se dessa percepção, Magnani desenvolveu uma das primeiras pesquisas etnográficas realizadas no Brasil sobre as modalidades de entretenimento e suas relações com a rede de lazer.
A idéia do assentamento rural conduz necessariamente à discussão do tema maior - a reforma agrária - cuja viabilização vem desafiando, há décadas, a vontade política dos governantes brasileiros. Os estudos aqui reunidos tratam, por exemplo, das políticas públicas para o setor, do problema do assentamento nas várias esferas administrativas do Estado, das questões referentes à organização interna dos assentamentos e de sua viabilização econômica.