Este não é apenas mais um livro sobre Clarice. Nestas páginas, documento lírico e intimista da amizade de Affonso Romano de Sant’Anna e Marina Colasanti com Clarice Lispector, o leitor terá oportunidade de se aproximar dessa figura icônica da literatura brasileira e, ao lado dos autores, passar algum tempo com Clarice.
Affonso Romano de Sant'Anna, nascido em Belo Horizonte em 1937, esteve envolvido em todos os âmbitos da literatura brasileira desde os anos 1950. Autor premiado de prosa e poesia, participou dos movimentos de vanguarda poética na segunda metade do século XX. Autor de diversos livros – entre poesia, ensaio e crônica –, Affonso teve forte impacto no cenário da crítica literária nacional com sua inovadora obra analítica. Foi professor em diversas universidades brasileiras e estrangeiras. Dirigiu a Biblioteca Nacional entre 1990 e 1996.
Marina Colasanti é jornalista, escritora e tradutora. Nascida na colônia italiana da Eritreia, emigrou ainda jovem com a família para o Brasil. Com uma produção marcada pela pluralidade (inclui crônicas, contos, minicontos, ficção para o público infantojuvenil, ensaios e textos jornalísticos) escreveu mais de 30 livros e traduziu mais de dez. Em 2010 ganhou o Prêmio Jabuti pelo livro de poesia Passageira em trânsito.
Voltaire (1694 - 1778) inquietou o poder na Europa do século XVIII. Mais do que escarnecer, seu intuito era infundir na ignorância a luz da ciência e do intelecto. Mas, à medida que os triunfos do Iluminismo foram sendo postos em xeque, o escárnio voltou-se contra ele. Gray oferece radical reavaliação do fascinante Voltaire, desmistificando o ícone e revelando sua grandeza.
Citado na Renascença como “o filósofo risonho” e em nossa época como o “profeta de Quark”, Demócrito (460 - 370 a.C.) é pouco conhecido no decorrer da moderna tradição filosófica. É notável por suas investigações para muito além da Física e da Química, até a exploração da ciência da existência como um todo, como deixa ver esta instigante introdução de Cartledge.
Os bastidores do Plano Real, o lançamento da moeda e os embates que a cercaram são narrados aqui, na primeira pessoa, por um de seus principais personagens – o então ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, que enfrenta com franqueza o episódio da parabólica, sem autocomiseração ou fuga da responsabilidade. Sua atuação no exterior enquanto diplomata, em diversos organismos e como secretário-geral da Unctad, seu conhecimento no campo da história, fazem deste livro um testemunho do que se passou no Brasil e no mundo, por cerca de oitenta anos. Desde a Segunda Guerra, o Estado Novo, o golpe militar, as questões climáticas, até o terceiro governo Lula, essa evolução se entrelaça com o fio da vida de um descendente de imigrantes na atmosfera do bairro operário do Brás, na São Paulo dos anos 1930.
Ao investigarem “a morte do autor” e a falência da linguagem, os críticos dão com a arma do crime com as impressões digitais de Derrida (1930 - 2004). Nenhum outro filósofo levantou tanta suspeita ou foi tão desafortunadamente desfigurado. Johnson nos mostra que “desconstrução” não significa “destruição” e que em Derrida se pode conhecer o que há de mais relevante sobre nosso tempo.
Embora reconhecido como o maior dos filósofos britânicos, Hume tem sido subestimado por uma posteridade relutante. De leitura demasiado fluente e agradável para o establishment filosófico, seus trabalhos também incomodaram pela ousadia e alcance. Daí sua caricatura na tradição. Hume, o escocês apontado como responsável pelos piores excessos dos empiristas ingleses, terminou por ser associado a um ceticismo melancólico e desanimador. Mas seu verdadeiro projeto era muito mais amplo e construtivo. Curta, lúcida e de impressionante abrangência, a cativante introdução de Anthony Quinton desvenda o completo panorama do notável empreendimento de Hume para o leitor mais geral, ao qual ele sempre quis de dirigir. Causação, percepção, crença, história, religião, economia, estética e psicologia... Hume explorou todos esses campos e trouxe contribuições originais a cada um deles. E, como revela Quinton, tudo isso com humor e vivacidade. O maior filósofo das ilhas britânicas foi também seu filósofo mais atrativo.