Depois de 1945 combina o relato autobiográfico a um sobrevoo sobre a história alemã e a história mundial após a Segunda Guerra Mundial, oferecendo reflexões perspicazes sobre Samuel Beckett e Paul Celan, uma exegese detalhada do pensamento de Martin Heidegger e Jean Paul Sartre e análises insuspeitadas sobre fenômenos culturais que vão de Edith Piaf até o Relatório Kinsey. Essa incursão pessoal e filosófica sobre o século passado lança cores e luzes sobre a análise de nossa identidade atual.
Hans Ulrich Gumbrecht é Professor Emeritus em Literatura da Universidade de Stanford e Presidential Professor de Literatura Românica da Hebrew University, em Jerusalém. Pela Editora Unesp, publicou Depois de 1945: latência como origem do presente (2014), Nosso amplo presente: o tempo e a cultura contemporânea (2015), Prosa do mundo: Denis Diderot e a periferia do iluminismo (2022) e Perfis (2023), além de ser coorganizador do livro Reinhart Koselleck: Uma latente filosofia do tempo (2021).
No presente livro, Gumbrecht procura retomar algumas ideias como as dimensões da presença e do tempo presente, suas contradições e complexidades, analisando, a partir dessa perspectiva, os fenômenos culturais e sociais da contemporaneidade. Dialogando com intelectuais como Reinhart Koselleck e Michel Foucault, Gumbrecht percorre o domínio da filosofia da linguagem para enriquecer suas observações cotidianas à medida que transita entre cenários díspares como a Disneylândia, uma pequena cidade na Louisiana e o centro de Viena, produzindo impressionantes esboços de nossa ampla presença no mundo.
O historiador Koselleck talvez seja também o mais eminente “filósofo do tempo” do final do século XX: ao historicizar o cronótopo do “tempo histórico”, permitiu-nos olhar o tempo como uma dimensão da existência humana de uma forma nova, elementar e antropológica. "Uma latente filosofia do tempo" apresenta quatro ensaios do autor, um dos mais importantes pensadores alemães da segunda metade do século XX, nos quais ele reflete sobre o papel do indivíduo, de suas experiências e da linguagem na construção da história.
Neste livro, o autor mobiliza noções como finitude, mutabilidade e enredamento no relativo para, de alguma forma, captar o estilo intelectual de Diderot. Persegue-se sua prosa, isto é, aquilo que escapa dos conceitos e das estruturas, correspondendo por isso mesmo à energia, às obsessões, à imprevisibilidade, à nuance e à singularidade da escrita diderotiana.
Neste volume, Hans Ulrich Gumbrecht se dedica a figuras centrais das humanidades do século XX, perfilando pensadores que encabeçaram importantes tendências da história recente da filosofia – teoria crítica, estruturalismo, desconstrução, pós-historicismo, entre outras – com quem conviveu ou a quem encontrou pessoalmente ao menos uma vez.
Em um mundo que ainda se ressente da pandemia de covid-19 e das perspectivas pouco alentadoras que ela abre, este pequeno e vibrante elogio às massas é um bem-vindo respiro: aqui, Hans Ulrich Gumbrecht – que, em paralelo à sua prolífica atividade intelectual no campo das ciências humanas, é ávido apreciador de esportes (e apaixonado torcedor do Borussia Dortmund) – encontra razões poderosas e vieses inexplorados para elogiar as multidões, explorando com olhar entusiasmado o estado de espírito que elas ensejam.