Esta coletânea de textos fornece uma amostra representativa da obra de John Russell-Wood, um dos mais brilhantes e importantes historiadores de língua inglesa, preocupado em compreender a dimensão atlântica do império português na Idade Moderna.
Anthony John R. Russell-Wood nasceu no País de Gales e teve formação profissional entre Inglaterra, França e Espanha. A amizade com Charles Boxer o levou para a História de Portugal e de seu império ultramarino. Doutorou-se em História Moderna pela Universidade de Oxford e teve suas pesquisas em Portugal e no Brasil supervisionadas por Hugh Trevor-Roper. Foi professor do Departamento de História da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos. Escreveu vários livros e artigos que se tornaram clássicos da historiografia luso-brasileira, destacando-se Fidalgos e Filantropos: a Santa Casa de Misericórdia da Bahia (1550–1755) e Um mundo em movimento: os portugueses na África, Ásia e América (1415–1808).
Investigadora auxiliar com habilitação do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT - Portugal). Investigadora associada do Centro de História de Além-Mar (CHAM) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde obteve os títulos de doutora em História da Expansão, mestra em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa e licenciada em História. É docente convidada em várias universidades de Portugal, Brasil e Espanha.
Denise Aparecida Soares de Moura é professora livre-docente do Departamento de História da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e de seu Programa de Pós-graduação em História. Especialista em História do Brasil Colônia, com projetos no campo da cultura visual colonial, em especial da história da cartografia. Realizou estágios de pós-doutoramento na Universidade Nova de Lisboa (2008) e na Johns Hopkins University (2013). É membro da International Society for the History of the Map (ISHMap) e da Rede Brasileira de Estudos em História Moderna. Participa da equipe do projeto “Construindo um mundo global: migrantes através do Atlântico Local2Global” desenvolvido pelo Centro de Investigação Transdisciplinar (Citcem), sediado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Portugal).
Um olhar atento sobre a formação de São Paulo surpreenderá, desde logo, os caminhos fluviais que permitiam a alimentação, a recreação e o deslocamento de seus mais antigos habitantes; também focalizará as trilhas terrestres, com tropeiros e suas tropas interrompendo as viagens para o pouso, nas margens dos rios. Este livro ressalta que o traço característico desse processo está na constituição de uma sociedade movediça, configurada pela dispersão humana, por um ir e vir constante – a "têmpera andeja" – como mecanismo de alcance do "equilíbrio vital". A autora estuda alguns aspectos da sociedade paulista, na primeira metade do século XIX, sublinhando sempre essa marca de movimento, que imprime à vida urbana um ritmo incessante de ficar e de partir.
Esta coletânea de textos fornece uma amostra representativa da obra de A.J.R. Russell-Wood, um dos mais brilhantes e importantes historiadores de língua inglesa, preocupado em compreender a dimensão atlântica do império português na Idade Moderna.
Mapear é uma ação inerente ao humano, pois todo indivíduo consciente necessita se situar no espaço. Nesse sentido, qualquer pessoa – profissional da geografia ou da cartografia ou leigo nessa área – pratica geografia, mapeamento e produz mapas mentais, gráficos ou performáticos para se orientar ou para simplesmente descrever o espaço. Quando essas geografias não profissionais são apropriadas pelos Estados, seus autores originais são elididos e, consequentemente, seus legítimos direitos à terra são anulados, como mostra a experiência do Estado colonial português na segunda metade do século XVIII, quando disputava com a Coroa de Espanha a definição de seus limites territoriais na América do Sul. Este é um livro sobre como estados coloniais da época moderna inventaram soberania, autoridade e direitos sobre terras de outros a partir de expedições de mapeamento e mapas. A partir da cartografia histórica do Brasil, a autora indica um caminho para começarmos a recuperar autorias de territórios e lugares apagadas por agentes estatais envolvidos em simular impérios, territórios e terras de Estado.
História da leitura descreve o ato da leitura, seus praticantes e os ambientes sociais em que estão inseridos, além das diversas manifestações da leitura em pedras, ossos, cascas de árvore, muros, monumentos, tabuletas, rolos de papiro, códices, livros, telas e papel eletrônico. ... Apesar de a leitura e a escrita estarem plenamente relacionadas, a leitura é, na verdade, a antítese da escrita. Cada uma ativa regiões distintas do cérebro. A escrita é uma habilidade, a leitura, uma aptidão natural. A escrita originou-se de uma elaboração, a leitura desenvolveu-se com a compreensão mais profunda pela humanidade dos recursos latentes da palavra escrita. A história da escrita foi marcada por uma série de influências e refinamentos, ao passo que a história da leitura envolveu estágios sucessivos de amadurecimento social.
Nas célebres análises de Michel Vovelle, François Lebrun, Pierre Chaunu, Philippe Ariès, John MacManners, dentre outros, sobre a morte nos tempos de outrora, existe uma grande ausência: a morte voluntária. No presente livro, Georges Minois realiza um voo de amplo alcance, debruçando-se sobre farta documentação, para tentar ampliar nosso arsenal argumentativo sobre um dos últimos tabus do nosso tempo.