A publicação desta segunda edição do Dicionário de políticas públicas procura subsidiar não só gestores públicos e especialistas na área, mas também cidadãos (estudantes e profissionais dos mais variados setores) interessados em aprofundar as questões referentes às políticas públicas.
Professor do Instituto de Economia e pesquisador do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (Nepp) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Professor titular de Teoria Política e diretor do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp).
A relação entre os intelectuais e a política jamais deixou de estar no centro das atenções. Com o que ficar: com a verdade do conhecimento ou com os fatos do poder; com as dúvidas "pessimistas" da razão crítica ou com as certezas quase sempre "otimistas" da vontade política? É sobre perguntas como essas que o autor se debruça. O pensamento político e a análise da cultura são convocados em conjunto para dar um diagnóstico de algumas das questões mais importantes da sociedade contemporânea.
Este livro, organizado por Carlo Violi, reune um número consistente de textos de Norberto Bobbio, fruto de seus intermitentes encontros com Marx e com o marxismo. O autor explica que ao longo de conquenta anos de estudos, seu interesse por Marx jamais arrefeceu, ainda que tenha se limitado mais ao tema do Estado e tenha sempre permanecido no âmbito da filosofia política. Em seus escritos duas linhas sempre sobressaíram: o debate em defesa dos direitos de liberdade da tradição liberal, que os comunistas tinham repudiado, entre 1951 e 1955; e o debate em defesa do Estado de direito e democrático entre 1972 e 1976. Em ambos os casos o alvo foi a teoria marxiana do Estado, do Estado enquanto tal e portanto de todos os Estados reais, considerados como ditaduras.
Sempre houve e sempre haverá quem receie o poder ou se incomode com o poder. De uma ou outra forma, todos são magnetizados por ele. Podemos partir dos antigos filósofos gregos, passar pelas reflexões teológicas da Idade Média, freqüentar os clássicos modernos (Maquiavel, Hobbes, Kant, Rousseau, Hegel, Marx) e chegar aos contemporâneos, e iremos nos deparar com a mesma inquietação, com o mesmo interesse em entender as armadilhas, as sinuosidades, as misérias e a potência do poder. Este livro pode ser entendido como um convite para que nos interessemos pelo tema. O autor tenta seduzir o leitor a olhar o poder como assunto digno, crucial, estratégico, se possível desfazendo-se de alguns preconceitos e indo além de algumas "evidências". O plano não é convencer ninguém nem da "bondade" nem da "maldade" intrínsecas ao poder, mas sim abrir algumas clareiras para que se possa pensar o poder como um fato integrado à vida, que se insinua em nossos discursos, em nossos relacionamentos amorosos, em nossa atividade produtiva, nas lutas que travamos para ser felizes ou simplesmente para defender nossos interesses.
A terceira edição de Direita e esquerda chega em meio a um cenário econômico global tumultuado por uma das piores crises financeiras do capitalismo. Quando de sua primeira edição, em 1999, Norberto Bobbio, um dos principais pensadores contemporâneos, deu uma resposta a quem preconizava que já não fazia sentido distinguir direita e esquerda, pois na globalização a análise dos problemas políticos e econômicos expandira-se para além das fronteiras dos Estados nacionais: “Parece-me ter ocorrido exatamente o contrário, ou seja, que a distinção não está morta e sepultada, mas mais viva do que nunca”.
Este livro reúne quatro breves ensaios cuja pertinência extrapola os contextos em que foram escritos. A crise de credibilidade dos sistemas políticos democráticos contemporâneos, além dos escândalos revelados, por exemplo, por Julian Assange (WikiLeaks) e Edward Snowden (ex-agente da NSA), nos remetem ao conceito aqui trabalhado por Bobbio de “Estado dual”. Se, por um lado, o poder instituído atua conforme os preceitos da lei e à luz da opinião pública, ele também opera nos subterrâneos da política, de modo arbitrário, a serviço de interesses escusos e contrários aos preceitos republicanos. Em suas palavras: “a opacidade do poder é a negação da democracia”.