Discurso preliminar e outros textos
A Enciclopédia, símbolo de um dos maiores e mais complexos projetos editoriais da história, ganha sua mais abrangente tradução já feita em português. São cinco volumes, ilustrados com 173 imagens reproduzidas da edição original, que reúnem 298 verbetes selecionados segundo sua qualidade literária e nível de argumentação por Pedro Paulo Pimenta e Maria das Graças de Souza (organizadores da versão brasileira). Os textos são de 37 dos mais consagrados entre os 140 autores identificados na edição original, do século XVIII. Os volumes abordam o sistema de conhecimentos, ciências e política, além de ética e estética (o primeiro tomo traz o plano da obra e apresentações, inclusive as da edição original). O volume que inaugura a publicação brasileira da Encyclopédie apresenta o Discurso preliminar de Diderot e D'Alembert, em versão bilíngue, acompanhado de textos introdutórios, índices e demais aparatos da coleção.
O francês Denis Diderot (1713-1784), um dos grandes homens de letras da Europa do século XVIII, foi, ao lado de Jean le Rond d’Alembert, editor-chefe da Enciclopédia. A Editora Unesp lançou a mais abrangente versão da obra magna do Iluminismo fora da França, em sete volumes, além de O Sobrinho de Rameau, O sonho de d’Alembert e outros escritos e Carta sobre os cegos e Carta sobre os surdos-mudos.
Autor de 7 livros disponíveis em nosso catálogo.
Pedro Paulo Pimenta é professor livre-docente no Departamento de Filosofia da USP. Traduziu escritos de Hume, Gibbon, Diderot e d’Alembert, entre outros. É autor de numerosos artigos e de alguns livros, dentre os quais se destacam A imaginação crítica. Hume no Século das Luzes (Azougue, 2013), A trama da natureza (Editora Unesp, 2018) e Metáforas do corpo no Século das Luzes (Editora Unesp, 2024).
Autor de 15 livros disponíveis em nosso catálogo.
Neste livro, a filósofa Maria das Graças de Souza, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, mostra que é possível encontrar uma unidade de pensamento na multiplicidade de textos e abordagens do filósofo francês. Para a autora, é no naturalismo materialista que Diderot amplia a exigência de uma crítica racional da representação teológica do mundo, atribuindo à totalidade material tudo o que a tradição até então tinha considerado fruto da transcendência. A vida pública e a história seriam determinadas por necessidades materiais, sem nenhum tipo de crença em nenhuma forma de panteísmo. Segundo Diderot, o pensamento materialista, portanto, não se destina a manifestar uma realidade oculta no sentido místico, mas a ter uma clareza muito maior na explicação da natureza do mundo.
Cartas escritas da montanha constitui momento alto da produção rousseauniana madura. Traduzida pela primeira vez em língua portuguesa, a obra revela a indignação de Rousseau às condenações que sofreram suas duas obras fundamentais, O contrato social e Emílio. Neste trabalho o filósofo genebrino discute as teses básicas, religiosas e políticas, de seus escritos anteriores e lhe dá a oportunidade de refletir sobre as instituições de sua cidade de origem.
Historiador da filosofia conhecido sobretudo por seus estudos sobre Rousseau e Montaigne, Jean Starobinski retoma aqui a análise da gênese ideológica da Revolução Francesa. Rastreando a formação do conceito moderno de liberdade pelo imaginário estético do século XVIII, Starobinski restitui a complexidade do ideário que animou esse importante fato histórico. Análises iconográficas e textuais aparecem entrelaçadas a fim de possibilitar a compreensão das modalidades de interação entre filosofia e imaginário.
Publicadas em 1791, as Cinco memórias sobre a instrução pública de Condorcet fixavam o quadro teorico e ideológico que fundamentaria, mais tarde, seu projeto completo de organização da instrução nacional, do ensino primário ao ensino superior. No contexto das transformações politicas significativas implementadas pelo movimento revolucionário francês, desde 1789, o ideário de Condorcet baseia-se nos princípios do acesso universal, da gratuidade e da independência, que deveriam sustentar a organização do sistema de instrução. Sua proposta, detalhada e consistente, revela-se extremamente avançada para seu tempo e contém, em germe, muitas das bandeiras ainda hoje defendidas, no complexo âmbito da educação.
Esta coletânea de artigos aborda as principais características do teatro ocidental, desde a tragédia grega até a dramaticidade e o espetáculo na obra Macário, de Álvares de Azevedo, passando por momentos do teatro latino, a tragédia shakespeariana, o teatro clássico francês e alemão, o melodrama e sua relação com a soberania popular, o simbolismo francês, a dramaturgia de Raul Brandão, o teatro norte-americano no século XX, um panorama sobre o teatro brasileiro e uma leitura de O Marinheiro, de Fernando Pessoa.