Se no século XX a luta pela terra esteve no núcleo duro da questão agrária, no século XXI um novo elemento também ganha centralidade: a alimentação. O modo de produção capitalista na agricultura contaminou a terra, a comida e as pessoas. O uso intensivo de agrotóxicos na produção agropecuária está cada vez mais associado aos problemas de saúde. Os alimentos industrializados necessitam de intensa propaganda para persuadir os consumidores a ingeri-los sem questionar sua procedência. A ideia de Philip McMichael de analisar o desenvolvimento do capitalismo na agricultura por meio dos conceitos de regimes alimentares e questões agrárias coloca a comida no centro da questão agrária sem negar a importância da luta pela terra. Essa interpretação contribui para compreender melhor como o modo de produção capitalista se estruturou para utilizar a comida como forma de controle político da população em geral.
Philip McMichael é professor do Departamento de Sociologia do Desenvolvimento da Cornell University e autor de Settlers and the Agrarian Question: Foundations of Capitalism in Colonial Australia (1984) e Development and Social Change: A Global Perspective (2012, 5.ed.).
A batalha do livre comércio revela o papel cada dia mais importante das redes transnacionais da sociedade civil nas relações internacionais. Com base em ampla pesquisa de campo que cobre duas décadas de negociações comerciais nas Américas, o livro investiga a criação de vínculos entre atores sociais que nunca haviam colaborado no passado, analisa o surgimento de novos tipos de organizações e explora os seus impactos na arena internacional.
Esta obra indispensável de Edward Saíd, ícone da resistência política e cultural da Palestina, é editada pela primeira vez no Brasil. Escrita entre 1977 e 1978 e publicada originalmente em 1979, foi atualizada pelo autor no prefácio à edição de 1992. Nesse texto, Said lembra que entre 1978 e 1992, quando considerava a questão palestina “a última grande causa do século 20”, um mundo novo havia surgido, moldado por inúmeros fatos. No Oriente Médio, a invasão do Líbano por Israel, em 1982, o início da longa intifada, em 1987, a crise e a Guerra do Golfo, de 1990 a 1991, e a conferência de paz de 1991, além da revolução iraniana. No Leste Europeu, a dissolução da União Soviética, na África, a libertação de Nelson Mandela e a independência da Namíbia e, na Ásia, o fim da guerra do Afeganistão. “No entanto, causando estranheza e infortúnio, a questão palestina persiste – sem solução, aparentemente irreconciliável, indomável”, escreveu Said, mudando o tom ligeiramente otimista que imprimiu ao livro.
Esta reunião de artigos de cerca de 40 autores é um convite à reflexão sobre um tema fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas precisas e eficazes: a abordagem integrada das questões urbana e regional. (Co-edição: Anpur - Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional) As discussões sobre a necessidade do estabelecimento de um projeto nacional de desenvolvimento do país, capaz de promover efetivamente as integrações territorial, econômica e social foi a tônica do Seminário Nacional "Regiões e Cidades, Cidades nas Regiões", promovido pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (Anpur), entidade que congrega programas universitários de pós-graduação e entidades brasileiras que desenvolvem ensino e pesquisa no campo dos estudos urbanos e regionais e do planejamento urbano e regional. Este livro publica os textos vinculados ao evento que, realizado em 2001 no Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp), reuniu aproximadamente uma centena de geógrafos, economistas, sociólogos, antropólogos e profissionais de outros campos do conhecimento empenhados no debate de políticas públicas nacionais para a área regional e urbana do Brasil contemporâneo.
Coletânea de ensaios que analisam as variáveis que compõem o perfil das sociedades capitalistas contemporâneas a fim de abrir linhas de proposição para novas políticas de esquerda. Diante do fracasso das utopias históricas do comunismo e da crise de paradigmas que assola as sociedades ocidentais, este conjunto de textos aparece como base de um possível pensamento de esquerda pós-comunista.
Apresenta ensaios interpretativos de um livro clássico, que completou seu centenário de publicação em 2002. São enfocados aspectos artísticos, históricos e sociológicos, analisando as circunstâncias da construção da obra, uma epopéia que realiza uma avaliação histórica do episódio de Canudos e de seus personagens históricos, como o coronel Antônio Moreira César. Outros aspectos estudados são a recriação da obra para o francês e as diferentes interpretações que o livro recebeu desde o seu lançamento.