Encontros etnográficos aborda alguns aspectos metodológicos, analíticos e existenciais do ofício de antropólogo. Tratando do aprendizado de uma prática, neste livro breve, sintético, escrito em linguagem clara e simples mas não superficial, Michel Agier discute a importância do “campo” e do “encontro etnográfico” para a formação do pesquisador e para a constituição da especificidade do saber aí obtido. No espaço e tempo desses encontros, o autor convida-nos a rever as implicações da interação humana, do contexto e das tramas cotidianas da pesquisa e da estadia no campo, comparando situações e relações vividas por outros pesquisadores e, mais especialmente, por ele, que nas últimas décadas pesquisou na África, América Latina e Europa estudando formas de segregação e inclusão sociais no espaço urbano, grupos étnicos e seus processos identitários ou ainda o deslocamento de populações e as suas vidas organizadas em espaços improvisados e precários como campos de refugiados e outras áreas de fronteiras. O livro é também uma boa introdução à obra do autor, antecipando certos temas e problemas de suas mais recentes publicações.
Michel Agier é diretor de pesquisa no Institut de Recherche pour le Développement (IRD) e diretor de estudos na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS-Paris), onde dirigiu o Centre d'Études Africaines de 2004 a 2010 e atualmente integra o Institut Interdisciplinaire d'Anthropologie du Contemporain (IIAC). É autor, entre outros, de Anthropologues en dangers: l'engagement sur le terrain (Jean-Michel Place, 1997); L'invention de la ville: banlieues, townships, invasions et favelas (Archives contemporains, 1999); Anthropologie du carnaval (Parenthèses, 2000); Aux bords du monde: les réfugiés (Flammarion, 2002); Gérer les Indésirables: des camps de réfugiés au gouvernement humanitaire (Flammarion, 2008); Le Couloir des Exilés: être étranger dans un monde commun (Du Croquant, 2011); Antropologia da Cidade: lugares, situações, movimentos (Terceiro Nome, 2011), La Condition Cosmopolite (La Découverte, 2013) e Encontros Etnográficos: interação, contexto, comparação (Editora Unesp e Edufal).
A mobilidade sobremoderna corresponde muito largamente à ideologia do sistema da globalização, uma ideologia da aparência, da evidência e do presente que está pronta para recuperar todos os que tentam analisá-la ou criticá- la. Neste livro, o autor procura apresentar alguns de seus aspectos, analisando certas noções-chave: fronteira, urbanização, migração, viagem e utopia.
O ceticismo, doutrina filosófica clássica e influente, encontra em Sexto Empírico um de seus expoentes máximos. Em Contra os retóricos, documento central para a história dos estudos sobre a retórica, o filósofo debate e critica a pretensão daqueles que se propõem a ensinar essa arte do uso sistematizado da linguagem.
Edição bilíngue da obra clássica do filósofo antigo Sexto Empírico. Nela, o cético aponta o papel crucial do uso comum das palavras para a compreensão da linguagem e o bom filosofar. Alerta para os sentidos técnicos e problemáticos com que os dogmáticos usavam as palavras, critica a tentativa de uma gramática geral, de princípios universais, e defende uma concepção convencionalista da linguagem.
Esta edição bilíngue dos hinos homéricos destina-se a todos aqueles que se interessam por Mitologia, Religião, Língua, Literatura da Grécia Antiga e Antropologia. Todos os esforços foram envidados para que tanto a tradução dos hinos quanto os estudos sobre as divindades gregas homenageadas ficassem também ao alcance do leitor culto, de amplos interesses humanísticos, que já sabe (ou pelo menos desconfia) que a mitologia grega é muito mais que uma simples coleção de antigas lendas sobre deuses e heróis da Grécia Antiga.
Com o presente volume, que inaugura a série de inéditos em prosa de Euclides da Cunha, os leitores terão acesso a um número significativo de ensaios do autor, cuja produção se inicia em 1883, quando ele tinha apenas 17 anos, e termina em 1909, ano de sua morte. Trata-se de um total de 31 composições de Euclides que, em seu conjunto, reforçam a vertente ensaística de sua admirável escritura e que ficou consolidada definitivamente em Os sertões.