Em textos publicados esparsamente entre 1964 e 1984, o químico, escritor e testemunha do Holocausto Primo Levi faz “incursões nos ofícios alheios, caça ilegal em zonas proibidas”, transitando pela zoologia, astronomia, a literatura e pelas ciências naturais. Revelando-se o mais caprichoso dos botânicos, dos zoólogos e dos linguistas, também fala dos autores que lhe são caros, explica-nos por que escreve e reflete sobre a ligação entre o mundo natural e o cultural. E termina por nos oferecer uma forma oblíqua – mas preciosa – de autobiografia. Com prefácio de Italo Calvino e nota biográfica de Ernesto Ferrero.
O escritor e químico italiano Primo Levi (1919-1987) é um dos mais proeminentes intelectuais do pós-guerra. Sobrevivente do Holocausto, é autor de uma obra fundamental para a compreensão da experiência nos campos de extermínio e das décadas que se seguiram. Em meio a sua vasta produção, que inclui romances, contos, poemas, ensaios e textos memorialísticos, fulguram clássicos como A trégua (1963) e É isto um homem? (1966).
O nome de Primo Levi é indissociável do contundente e brilhante relato de sua vida no campo da morte de Auschwitz e da busca pelo seu significado. Sua grandeza, além do valor intrínseco do testemunho da barbárie, está na insistência em questões que confrontam nossas certezas do mundo. Busca entender racionalmente algo que está além de qualquer medida humana para combater aquela que teria sido a realização plena do fascismo: “a consagração do privilégio, a instauração definitiva da não igualdade e da não liberdade”. Nos artigos e ensaios aqui reunidos, Primo Levi volta a discutir o significado do campo de concentração, comparando-o a algo que simultaneamente é e não é humano. Na primeira parte, a inteligência do pensador italiano busca explicar o enigma Auschwitz e seus desdobramentos no pós-guerra. Na segunda, apresenta textos especulativos sobre temas científicos, históricos e literários.
Este livro conta a jornada em busca de oito livros perdidos, livros quase míticos: todos aqueles que os procuram estão certos de que existem e de que vão encontrá-los, mas ninguém realmente tem provas concretas e conhece rotas seguras até eles. Muitas vezes, as pistas são fugazes e a esperança de encontrar essas páginas é mínima. Mesmo assim, a viagem vale a pena. São livros que existiram e desapareceram. Byron, Gógol, Hemingway, Walter Benjamin e Sylvia Plath estão entre os autores desses ilustres desconhecidos. Os livros perdidos não são livros esboçados pelo autor e nunca nascidos: são aqueles que o autor escreveu, que alguém viu e talvez tenha até lido, e então foram destruídos ou desapareceram de alguma maneira. Livros queimados, rasgados, roubados... livros que não chegaram a nós, mas sobre cuja existência se tem certeza.
Este livro é resultado de um amplo estudo sobre as relações internacionais dos Estados Unidos – em especial, no que tange às políticas de relacionamento com a América Latina – a partir da década de 1970, ao fim dos Trinta Gloriosos, o período de grande crescimento econômico dos países ocidentais após a Segunda Guerra Mundial. Volta-se também à análise das implicações do fim da Guerra Fria, com o mundo se tornando multipolar nos âmbitos da competitividade econômica e das opções políticas.
O Falecido Mattia Pascal é um romance em que Luigi Pirandello explora os mistérios de identidade. Nele se conta a história de um homem que, cansado da sua vida de arquivista e do casamento, decide viajar até Monte Carlo, onde a sorte lhe permite obter no casino uma enorme fortuna. É no regresso a casa que toma conhecimento de que, por engano, foi considerado morto. Decide começar uma nova vida com fortuna e outro nome, pensando assim libertar-se de compromissos e obrigações.
De amplo escopo, o livro que o leitor tem em mãos não é somente uma biografia de Richelieu; é também, e principalmente, uma fotografia dos primeiros trinta anos do multifacetado e intenso século XVII. A trajetória dessa proeminente figura se entrelaça com a história da hegemonia política, mas também cultural, da França nos dois séculos seguintes: o prestígio mundial da literatura, dos costumes e das ideias francesas não era um fato puramente intelectual; era também o resultado da preeminência da França na Europa – a qual as ações decisivas do cardeal ajudaram a forjar.