Aportes teórico-metodológicos, tendências e estudos de caso
A missão de fazer um balanço do “Estado da Arte” que trata das pesquisas sobre coligações eleitorais é um exercício que traz satisfação. Primeiro, por constatar os avanços conquistados nas investigações que têm como preocupação central analisar as diversas facetas que dizem respeito ao fenômeno. Segundo, por também ser possível observar que há ainda um campo a desvendar que está aberto para futuras empreitadas. A responsabilidade é maior quando se tem o objetivo de reconhecer e apontar os limites teóricos e metodológicos que ainda permanecem e devem ser superados para uma apreensão mais completa e acurada de dimensões que já foram ou necessitam ser desbravadas, ou que não haviam sido problematizadas. Esta coletânea tem a pretensão de oferecer não somente um diagnóstico atualizado de tendências coligacionistas que já vinham sendo destacadas nas investigações que se fundamentam em opções metodológicas consolidadas na área, mas também de apresentar novos caminhos.
Doutora em Ciência Politica pela Katholische Universitat Eichstätt/Ingolstadt (Alemanha). Professora do Programa de Pós-Graduação Em Ciencia Politica da UFRGS. Foi professora visitante da Katholische Universitat Eichstätt – Ingolstadt (Alemanha) e na Universidade Nacional de Rosário (Argentina) e pesquisadora visitante na Julius Maximilians Universitat (Würzburg, Alemanha). Organizou os livros Partidos e coligações eleitorais no Brasil (com Rogério Schmitt; Editora Unesp/KAS; 2005) e Coligaçoes partidárias na nova democracia brasileira (com Humberto Dantas e Luis Felipe Miguel; Editora Unesp/KAS, 2010.
Doutor em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor adjunto no Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília, é pesquisador do Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades (Demodê).
Professor titular do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília, onde coordena o Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades (Demodê). Publicou, pela Editora Unesp, Caleidoscópio convexo: mulheres, política e mídia (2011, em coautoria com Flávia Biroli) e Democracia e representação (2014).
Uma abordagem da Reforma Política brasileira, no que se refere às coligações eleitorais e seus impactos sobre o sistema partidário, propiciando uma reflexão das mazelas da fragmentação do sistema partidário, do problema da tradição federativa, da nacionalização dos partidos e do sistema partidário brasileiro. Apresenta as coligações eleitorais entre 1954-1962; a lógica das coligações no Brasil; os efeitos das coligações e o problema da proporcionalidade; e uma análise comparativa das estratégias eleitorais nas eleições majoritárias (1994 - 1998 - 2002), referindo-se às coligações eleitorais versus a nacionalização dos partidos e do sistema partidário brasileiro. Ao subsidiar um foco do perfil dos partidos e da classe política brasileira, em especial, suas identidades no espectro ideológico, possibilita adquirir indicadores sobre o impacto do Poder Executivo (estadual e nacional) sobre os partidos e o sistema partidário brasileiro.
Que fatores contribuíram para a formação de determinadas coligações partidárias no Brasil? É essa a proposta deste livro, que reúne ensaios que analisam as relações entre partidos desde o processo de redemocratização e que vêm enriquecer os debates sobre eleições e o sistema político brasileiro.
Ao discutir as relações entre gênero, mídia e política no Brasil, Caleidoscópio convexo discute a maneira como os meios de comunicação se portam ao veicularem notícias do cenário político e destaca as consequências de uma divulgação que privilegia a presença masculina em cargos públicos e reforça a sub-representação política das mulheres.
Se o século XXI arrancou sob a hegemonia do horizonte democrático como modalidade de organização de nossas sociedades, já não se pode mais ignorar os questionamentos aos limites dos sistemas políticos contemporâneos. Longe de tema relegado a um debate meramente acadêmico, essa dubiedade se expressa de maneira nítida nas mais diversas manifestações populares que nestas primeiras duas décadas clamam por “mais democracia” enquanto rejeitam a política tradicional.
Embora sua definição clássica seja “governo do povo”, a democracia sempre manteve uma relação ambígua com a igualdade. Se na Grécia Antiga imperavam múltiplas exclusões, nos regimes contemporâneos a extensão da cidadania convive com o alcance reduzido da vontade popular, cujas decisões influem menos nos rumos da vida coletiva. Os ensaios desvelam uma radiografia plural com textos que não só apresentam possíveis enquadramentos das “desigualdades”, mas também propõem uma reflexão abrangente sobre os diversos significados do que se entende por “democracia”.