Em Testemunha ocular, Peter Burke mostra ao público a importância da leitura das imagens como fontes históricas – assim como se faz com os próprios documentos escritos. Ao percorrer o mundo das artes, o autor discorre sobre as dificuldades de se interpretar as obras de um ponto de vista histórico, alertando para as inúmeras armadilhas que um leitor pouco atento ao contexto dessas imagens poderia ser vítima. Ainda que dialogue com historiadores da arte como Hauser, Gombrich e Panofsky, este livro não é um manual sobre como analisar os diversos aspectos das imagens, e sim uma obra fluida e abrangente a respeito de aspectos culturais e sociais da história das imagens.
Peter Burke é professor aposentado de história cultural da Universidade de Cambridge e membro vitalício do Emmanuel College. Entre suas publicações estão A escola dos Annales (2011), Linguagens e comunidades (2010) e A tradução cultural: nos primórdios da Europa Moderna (2009), todos lançados no Brasil pela Editora Unesp.
Estudo interdisciplinar que examina o papel da língua falada e escrita na formação do nosso sentido de realidade e na construção do nosso próprio eu. Na primeira parte, estudam-se línguas de densidades especiais. Na segunda, é examinada a política da língua. E na terceira, as relações entre formas de expressão e desenvolvimento na autodefinição do indivíduo.
A arte de roubar, obra contextualizada na Espanha oitocentista, traz um estudo sobre a arte do embuste, ou, como diz seu título alternativo, um “manual para não ser roubado”. Ora tendendo ao ensaio, ora ao texto narrativo, o livro apresenta uma bem-humorada crônica de costumes que surpreende por sua argúcia cortante e atualidade.
Corsi retorna à época do Estado Novo a fim de compreender a relação entre as diretrizes da política externa e a implementação de um projeto nacional. As vantagens políticas e econômicas alcançadas por Getúlio Vargas, na esfera das relações internacionais, aparecem como peça fundamental na costura da unidade nacional e da viabilização do processo de industrialização. Inserção mundial e consolidação nacional são assim avaliadas com base em uma óptica renovada.
São as múltiplas relações entre inscrição e esquecimento, entre traços duráveis e escritas efêmeras, que este livro deseja elucidar, detendo-se na forma segundo a qual essas relações foram registradas por algumas obras literárias, de diferentes gêneros, lugares e tempos. Trata-se, portanto, para nós, ao abordar essas obras antigas, de cruzar a história da cultura escrita com a sociologia dos textos. Definida por D. F. McKenzie como 'a disciplina que estuda os textos como formas conservadas, assim como seus processos de transmissão, da produção à recepção', a sociologia dos textos visa a compreender como as sociedades humanas construíram e transmitiram as significações das diferentes linguagens que designam os seres e as coisas. Ao não dissociar a análise das significações simbólicas daquela das formas materiais que as transmitem, tal abordagem questiona profundamente a divisão que separou, por muito tempo, as ciências da interpretação e da descrição, a hermenêutica e a morfologia.
A Máfia permanece por mais de cem anos sob os refletores da imprensa, da política, da economia, dos juristas e dos inquéritos policiais. Um fenômeno aparentemente típico de um universo "tradicional" sobreviveu à modernização e surpreendeu muita gente que imaginava que esse tipo de organização desapareceria quando fosse ouvido o primeiro apito de uma locomotiva nas regiões do desolado interior siciliano. O professor de História Contemporânea, da Universidade de Palermo, e de História dos Partidos Políticos, da Universidade da Catânia, Salvatore Lupo, vem iluminar essa história aparentemente obscura com a publicação do livro História da Máfia, que traz uma análise abrangente da organização. Amplamente documentado, o livro percorre todas as fases desse movimento que tem seu início na Sícilia e hoje opera em grandes vertentes, como a americana e a japonesa.