Neste livro, Sérgio Romagnolo estabelece vínculos conceituais e estéticos entre dobras e rugas em esculturas ocas, sem corpo maciço interno. Ao conduzir suas reflexões, o autor lança mão de conceitos da Filosofia, da Matemática, da Cosmologia e de outros saberes para suscitar questões sobre o Barroco e a arte contemporânea.
Sérgio Romagnolo é artista plástico e possui graduação (1984) em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). Defendeu o mestrado com a dissertação Esculturas: rugas e alegorias (1999) e concluiu o doutorado com a tese O vazio e o oco na escultura, ambos pela Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Atualmente leciona no Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Escultura e Pintura, atuando principalmente nos seguintes temas: arte, pintura, escultura e objeto.
Feyerabend desafia os grandes dogmas do mundo contemporâneo para defender os benefícios da diversidade e das mudanças culturais diante das certezas uniformes e homogeneizantes da tradicional racionalidade científica. Aproxima Ciência e Arte e discute desde Xenófanes a Einstein e a mecânica quântica, passando por uma análise surpreendente do conflito entre Galileu e a Igreja. O seu (tipicamente) agressivo adeus à razão equivale à rejeição de uma imagem congelada e distorcida da ciência que abusa do cânon ocidental racionalista e objetivo.
Paulo Andrade analisa nesta obra os procedimentos técnicos, temas e motivos construídos pelo poeta Sebastião Uchoa Leite para refletir sobre seu projeto poético e seu sujeito lírico. O estudo focaliza uma produção poética submetida a certa tensão, por desvios e aproximações, tanto com a tradição moderna quanto com as propostas modernistas, o que impossibilita demarcar limites para classificá-la. O grande mérito do autor é precisamente situar a obra de Uchoa nesse contexto específico.
Andrade mostra que Uchoa não concebe o modernismo como força propulsora, mas como forma. O poeta não descarta as conquistas de 1922 e das décadas seguintes, no entanto, empenha-se em transgredi-las, contaminando-as com referências de toda ordem, seja da alta cultura, seja de elementos líricos retomados de tradições mais antigas, como a obra de François Villon, seja da cultura de massa ou de linguagens as mais diversas. Adepto do modernismo, Uchoa centra-se no contexto de seu tempo, e utiliza-se de uma linguagem concisa para expressar as preocupações em relação à cultura contemporânea.
A análise de Andrade traz à tona um poeta que alia pensamento e poesia e, fortemente crítico à realidade, coloca-se em permanente desconfiança em relação ao mundo, ao outro e a si próprio. No percurso o estudo também aborda outros temas e procedimentos afins para articular a questão central, como o humor, a ironia, a autoironia e a difícil relação entre a retomada e a transgressão de certa tradição moderna, que faz de Uchoa um herdeiro singular de Paul Valéry, T. S. Eliot, João Cabral, Carlos Drummond, Manuel Bandeira e dos poetas concretistas.
O influente livro de Carlson é uma exposição das teorias sobre o teatro ocidental, dos gregos aos contemporâneos. Dentro desta estrutura, e sem perder de vista o fundamental objetivo didático, o autor procura dar a palavra, sempre que possível, a cada crítico, dramaturgo ou teórico importante do teatro ocidental. Desta maneira, é montado um excelente roteiro de pesquisa bibliográfica apropriadamente complementado por um comentário relevante e judicioso.
Sidney Harris é um cartunista norte-americano que, embora não seja especializado em assuntos científicos, toca em pontos essenciais da ciência em seus cartuns. Tão essenciais (paradigmas das ciências naturais, a forma como cientistas escolhem seus dados, os limites da argumentação e retórica científicas) que o leitor pode ser levado a crer que ele teria sólida formação em alguma ciência natural. Surpreendente: não tem. Sua intuição dá conta de tudo. E como... Seus cartuns podem ser encontrados nas principais publicações da imprensa norte-americana (The New Yorker, Playboy), além de, é claro, em publicações científicas (Discover, American Scientist, Science, Chronicle of Higher Education), para as quais começou a escrever em 1970.
Os limites e as interações da fotografia com a pintura são o tema deste livro, fruto da dissertação de mestrado de Selma Machado Simão, apresentada no Instituto de Artes (IA) da Unesp, câmpus de São Paulo. A pesquisa, além de gerar uma reflexão sobre a arte resultante da interface entre essas duas esferas da criação visual, inclui produções da própria autora. Para ela, a miscigenação erntre uma técnica industrial mecânica, a fotografia e a artística artesanal, a pintura, gera momentos de grande potencial criativo. Em sua pesquisa, aborda o impacto que, no século XIX, a fotografia causou na linguagem pictórica, que se sentiu, então, desobrigada de reproduzir a realidade. A pesquisadora analisa, ainda, as obras de alguns fotógrafos/artistas do passado e do presente.