Perdemos os dois marcos que outrora nos permitiram distinguirmo-nos dos deuses e dos animais. Não sabemos mais quem somos, nós humanos. E daí nascem novas utopias. Por um lado, o pós-humanismo alega negar nossa animalidade e nos tornar deuses, a quem a imortalidade é prometida pelas virtudes da tecnologia. Por outro lado, o animalismo nos quer animais como os outros, e convida outros animais a fazerem parte de nossa comunidade moral. Forgemos então uma nova utopia de acordo com nossos próprios moldes. Não procuremos mais negar as fronteiras naturais - aquelas que nos separam dos deuses ou dos animais - e defendamos um humanismo consequente, isto é, um cosmopolitismo sem fronteiras.
Francis Wolff nasceu em Ivry-sur-Seine, na França, em 1950. É filósofo e professor emérito da École Normale Supérieure de Paris. De 1980 a 1984, lecionou Filosofia Antiga na Universidade de São Paulo. Pela Editora Unesp, publicou Nossa humanidade (2013), Três utopias contemporâneas (2018), Pensar com os antigos (2021) e Em defesa do universal (2021).
O que é o mito? É história alterada? É história aumentada? Uma mitomania coletiva? Uma alegoria? O que era o mito para os gregos? […] O sentimento da verdade é muito amplo (abrange facilmente o mito), “verdade” quer dizer muitas coisas e pode até abranger a literatura de ficção.
Catulo, Propércio, Tibulo, Ovídio, goliardos da Antiguidade clássica, são recriados nestas páginas através da extraordinária visão de Paul Veyne, que estabelece o vínculo crítico em que o amor e a poesia produzem uma estilização da vida cotidiana e a revestem de brilho e intensidade.
Derrubada a ideia de que a humanidade estaria situada entre a divindade e a animalidade, onde, e em que grau, o homem difere dos outros seres vivos? A racionalidade, suposta marca e alavanca da supremacia humana sobre as outras espécies, bastaria como elemento definidor da condição humana?
Ler Marx discute os aspectos políticos, filosóficos e econômicos do pensamento de Karl Marx. Ao longo dessa caminhada, os autores revisitam os originais do pensador alemão e destacam a vitalidade de suas ideias neste início de século XXI.
Neste livro, Jacques Rancière propõe uma poética do saber: um estudo do conjunto dos procedimentos literários pelos quais um discurso se subtrai da literatura, dá a si mesmo um status de ciência e significa-o. A poética do saber se interessa pelas regras segundo as quais um saber se escreve e se lê como um discurso específico. Ela procurar definir o modo de verdade ao qual ele se destina.